O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, garantiu, nesta segunda-feira, apoio financeiro, técnico e material, para a produção de arroz em grande escala, a partir do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango.

Em declarações à imprensa, no final de três dias de trabalho, o ministro admitiu que o Cuando Cubango é uma província com condições favoráveis para a produção de arroz, tendo em atenção as terras aráveis, recursos hídricos e vontade do Governo, das famílias camponesas e das empresas privadas, para o efeito.

Consta, de acordo com António Francisco de Assis, no âmbito dos projectos do ministério, a distribuição de sementes e outros insumos, um processo que já iniciou no Cuito Cuanavale, acções que serão reforçadas para aumentar a produção de hortícolas.

Reiterou, na ocasião, mais apoios, com sementes, fertilizantes e mais insumos, às famílias camponesas que estão a produzir a cebola, na localidade do Tumpu, cuja qualidade é de dimensão nacional, para também apoiar outras regiões do país sem condições para o cultivo.

Para que esse desafio aconteça, o ministro assegurou apoio às famílias e empresas que mostram vontade de fomentar a cultura da produção de arroz no Cuando Cubango, visando a redução de preços do cereal nos mercados.

"O que temos no Cuito Cuanavale é uma benção. E se apoiarmos bem e mais as pessoas que aqui trabalham e com vontade de fazê-lo, parte do que se produz aqui pode cobrir outras localidades onde não existem essas condições", defendeu.

Plano de contingência para seca no Cuando Cubango

António Francisco de Assis anunciou, na ocasião, a existência de um plano de contingência para apoiar as famílias afectadas pela seca no Cuando Cubango, nesta campanha agrícola 2023/2024.

O referido plano, precisou o ministro, já foi discutido com o governador da província, José Martins, e autoridades locais, que terá início com a intervenção de pequenos sistemas de irrigação, para permitir que, na época do cacimbo, as famílias cultivem hortícolas, tirando água em diversos rios existentes.

Para a concretização do plano, prometeu o envolvimento de equipas técnicas da direcção nacional do Instituto de Desenvolvimento Agrário, distribuição de sementes, montagem de escolas de campo, uma actividade que será conjunta com as administrações municipais.

Já o governador José Martins informou que, nesta campanha agrícola, o governo preparou 120 mil hectares,  com mais de 117 mil famílias camponesas, mas que 54 mil hectares foram assolados pela seca.

"Esta situação, onde foram prejudicadas as culturas de milho, massango e massambala, é bastante preocupante, uma vez que há um grito constante de fome das famílias prejudicadas nos municípios da zona Sul e Leste”, realçou.

Sobre a produção de arroz em grande escala, José Martins disse ser um enorme desafio para o governo do Cuando Cubango, com a envolvência das famílias e o Serviço Penitenciário, órgão com três campos de cultivo de arroz, no Cuito Cuanavale.

Com os apoios garantidos, admitiu o governante, esse desafio será concretizado, com o início da produção, na próxima época, mais cedo, contando igualmente com a regularidade das quedas pluviométricas.

Avançou que o programa de distribuição de sementes e instrumentos de trabalho será abrangente para os nove municípios do Cuando Cubango, para o êxito do desafio então lançado.

A aposta na produção de arroz teve lugar na sede da vila do Cuito Cuanavale, na área do Tumpu, em três hectares, de forma experimental.

Já na aldeia do Masseca, ainda no Cuito Cuanavale, foram cultivados 197 hectares de arroz, com a envolvência da população penal, dos dois mil 500 que o Serviço Penitenciário controla nessa municipalidade.

Na ocasião, o director-geral adjunto do Serviço Penitenciário, comissão prisional Cristóvão Inocêncio dos Anjos, disse esperar boa colheita do cereal.

Informou que este órgão do Ministério do Interior, com o apoio técnico e material do Ministério da Agricultura, está a apostar igualmente no fomento da actividade agrícola e criação de gado bovino, em Malanje.

Fruto desta parceria, de acordo com o director-geral adjunto,  está com resultados positivos e em grande escala a produção do milho, na província do Huambo, bem como a produção de aves em  Benguela e Cuanza-Sul.

Fonte:Angop.