A ministra, que em Washington DC participou de 10 a 16 nas Reuniões de Primavera do Banco Mundial e FMI, disse que sempre que há um contexto de maior preocupação e menos liquidez, normalmente, as obrigações de países do grupo onde Angola se inclui são negociadas a preços muito altos. E, Angola está a fazer um caminho de sair de um cenário em que tinha um rácio de dívida pública/PIB de 130 por cento, em 2020, para um outro em que está um rácio em torno de 66 por cento. De modo em que não queremos regressar lá para trás. Para isso não acontecer, indicou, está-se a e ser bastante cautelosos em todas as decisões que vão tomando e isso inclui a decisão de ir ao mercado, porque se o "timing" não for correcto, a taxa de juro será alta e o prazo curto. E, isso, afirmou Vera Daves de Sousa, não iria ajudar naquilo que é a defesa da sustentabilidade da dívida pública e a capacidade de fazer esse serviço de dívida. De modo que Angola vai continuar a avaliar o mercado e quando sentir que as condições estão melhores, ai é que participará. Uma avenida que o país também procurará explorar, quando for ao mercado, é fazer uma emissão sustentável. "Estamos a finalizar o nosso quadro regulatório que está para ser publicado em breve, para ser possível emitir obrigações sustentáveis", afirmou.
Em relação ao valor da dívida do país, a mesma está avaliada, aproximadamente, em 70 mil milhões de dólares, das quais 60 por cento são externa e 40 por cento interna.
Balanço positivo
Para a ministra Vera Daves de Sousa, o balanço das Reuniões de Primavera é positivo. O país teve a oportunidade de participar das reuniões estatutárias, onde foi feito o balanço e também partilhada a visão, relativamente ao que se está a passar na economia mundial e em África, do ponto de vista de performance económica dos países, mas também debates em torno dos desafios que estes países enfrentam, muito ainda deles com um "gap" de financiamento ainda muito grande para assegurar que forneçam às populações serviços elementares como luz, água, protecção social, combate às grandes endemias, de modo que tivemos a oportunidade em todos os fóruns em que participamos não só beber da experiência de outros países vizinhos e não só, que têm estado a fazer um caminho interessante ou a enfrentar caminhos similares aos de Angola, mas também partilhar experiências relativamente às reformas que já tenhamos implementados com sucesso e que eles estejam a começar com o caminho da implementação.
"Temos um aspecto concreto, durante essa visita, assinamos, na sexta-feira, um acordo de financiamento com o Banco Mundial, para em determinados municípios-alvos fortalecer a prestação de serviço às administrações municipais, e por via de critérios de desempenho, estas administrações municipais deverão receber um valor financeiro, ou seja, vão trabalhar para prestar um melhor serviço público e ganhar dinheiro por isso, para reforçar a sua capacidade territorial, a capacidade de prestação de serviços no que diz respeito a identificação dos cidadãos (tratamento do bilhete de identidade), mas também a sua capacidade da gestão financeira dos recursos que consegue arrecadar localmente", disse.
Fonte: Jornal de Angola.