O ministro de Estado teceu tais considerações à imprensa, depois de presenciar o içar da Bandeira Monumento, no Museu Nacional de História Militar (antiga Fortaleza de São Miguel), um dos momentos que representaram o acto provincial de celebração do Dia da Independência Nacional, em Luanda.
Depois de presidir ao acto provincial, em Luanda, que culminou com a deposição de uma coroa de flores no Monumento do Soldado Desconhecido, na Avenida 4 de Fevereiro, Francisco Furtado apontou que além da necessidade de se trabalhar em prol da manutenção, estabilidade e preservação da Independência Nacional, que tanto custou o sangue e o sacrifício dos "melhores filhos da Pátria”, o mais importante é também que todos sejam partícipes para que de facto Angola dignifique os heróis que lutaram para o alcance da liberdade, e que se consiga criar melhores condições para as actuais e futuras gerações.
"São 48 anos desde que alcançamos a nossa Independência Nacional. O país continua a caminhar rumo ao progresso. Após a Independência, o país esteve mergulhado em guerra durante cerca de três décadas e, felizmente, desde 4 de Abril de 2002, temos uma paz definitiva que precisamos preservar, consolidar e reflectir sobre o rumo que realmente o país está a seguir, de estabilidade e de desenvolvimento”, disse.
Segundo o chefe da Casa Militar do Presidente da República, o que se pode transmitir às novas gerações é, fazendo história, contar a essas gerações o que foi o passado, os caminhos percorridos para se alcançar a Independência Nacional, "o sacrifício e a entrega daqueles que deram o máximo de si, a própria vida, hoje ausentes, mas que devem ser reconhecidos sempre como filhos dignos da pátria angolana”.
Momento simbólico
Segundo o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, o içar da Bandeira Monumento demonstra aquilo que se deve transmitir às novas gerações, o que é o sentido patriótico. Esta bandeira, acrescentou, representa a pátria angolana e que o acto de içar, realizado no Museu Nacional de História Militar, é um momento simbólico para as gerações actuais e futuras.
"A história deve registar esses momentos que devem ser também motivo de estudo para que as novas gerações tenham presente que preservar o país passa, necessariamente, por se conhecer e dar importância aos símbolos nacionais. E a Bandeira é um dos maiores símbolos que o país tem”, ressaltou.
O acto provincial do Dia da Independência em Luanda foi prestigiado por várias entidades, com destaque para membros do Executivo e efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Na cerimónia do içar da Bandeira Monumento, assim como na deposição da coroa de flores no Monumento do Soldado Desconhecido estiveram presentes além do governador provincial de Luanda, Manuel Homem, ministros, secretários de Estado e membros das forças de Defesa e Segurança.
Para Manuel Homem, 48 anos depois, associados às acções com resultados voltados para o desenvolvimento das diferentes gerações, é também um momento de profunda reflexão e regozijo, para enaltecer os precursores da luta que culminou com a Independência Nacional.
O governador apontou a Independência Nacional como um elo de todos os angolanos, em que todos, independentemente das cores partidárias, devem estar imbuídos no desejo de consolidar e construir uma Angola capaz de assegurar o desenvolvimento e o comprometimento para uma paz social cada vez mais duradoura.
Para o general reformado e secretário de Estado para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos André Tchikanha, o 11 de Novembro é também uma data de reflexão porque, cada ano que passa, é preciso pensar sobre o que foi e não feito, e o que devia ser feito para se perspectivar o futuro.
Segundo Domingos Tchikanha, temos um país independente, mas com muitos desafios, dos quais a melhoria das condições de vida dos cidadãos é um dos principais. Tem ainda a criação de riqueza e a consolidação da paz e da democracia.
Olhando para a força e bravura daqueles que lutaram contra o colonialismo português, o secretário de Estado para as Autarquias, Márcio Daniel, realçou que o grande desafio, hoje, da geração actual tem a ver com o desenvolvimento de Angola, se revestindo do mesmo sentido de bravura e manter os ideais de proximidade com o povo.
Francisco Furtado considerou como acto de "terrorismo” a vandalização de torres de transporte de electricidade de alta tensão de 400 quilovolt (kv), afectas às linhas Lucala-Viana, Kapari-Catete, ocorrida recentemente.
"Estamos preocupados, nos últimos dias, com algumas situações de acções dirigidas de sabotagens, que nós devemos enquadra-las no âmbito do terrorismo. Temos que ter em conta que as acções registadas particularmente nos dias 7 e 8 não são actos de vandalismo, mas de terrorismo”, considerou, garantindo, neste sentido, que as forças de Segurança vão fazer um combate cerrado para acabar com esses grupos que têm uma "mão invisível” e que estão a criar situações para instabilidade e para inviabilizar o desenvolvimento do país.
Depois de falar sobre a necessidade de se preservar e consolidar a paz conquistada, para a estabilidade e desenvolvimento do país, o chefe da Casa Militar do Presidente da República frisou que existem indícios de onde partem tais incitativas, que ocorreram não só em Luanda, mas, também, em outras províncias, como Cuando Cubango, Moxico e Bié.
Francisco Furtado garantiu existirem provas que no momento adequado vão ser apresentadas.
"Estamos atentos e vamos dar uma resposta adequada a esse tipo de conduta que estamos a observar”, frisou, afirmando não serem actos isolados, simplesmente de vandalismo, mas de terrorismo que devem ser combatidos com a máxima urgência possível.
Na passada quarta-feira, a Direcção de Exploração Regional de Luanda da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT) reportou, em comunicado, a queda da torre nº 420, de Alta Tensão, de 400 KV, afecta à linha entre Lucala-Luanda, localizada na Zona do KM 36, no município de Viana.
Na quinta-feira, a mesma direcção voltou a constatar acções de vandalização, atingindo os cabos de Guarda e de Fibra Óptica afectos à Linha de Transporte de Electricidade (de muito alta tensão) Kapari-Catete, de 400 KV, em Luanda.
Fonte: Jornal de Angola.