Segundo o Presidente João Lourenço, apesar dos mais variados acordos, memorandos e protocolos assinados até aqui entre os dois países, "os resultados da cooperação económica e do intercâmbio comercial são ainda pouco expressivos, estando longe das nossas ambições”.
Advogou, com efeito, a necessidade de se desenvolver uma cooperação mais actuante para melhor proveito dos vastos recursos dos dois países, capacidade e equidade dos seus povos e o dinamismo dos seus governantes no sentido de se alterar o quadro.
Ressaltou, neste contexto, o Memorando de Entendimento assinado entre o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola e o das Infra-estruturas, Habitação e Desenvolvimento Urbano da Zâmbia, para facilitar a construção da estrada de ligação dos dois países, via fronteira do Jimbe.
Para o Chefe de Estado, tal entendimento dará um grande impulso ao desenvolvimento do sector privado, com a massificação do movimento de investidores e de turistas nos dois sentidos.
Adiantou que, com isso, se pretende colocar as infra-estruturas do corredor do Lobito, que compreendem o Porto Comercial do Lobito, o Terminal Mineiro do mesmo porto e a linha dos Caminhos-de-Ferro de Benguela, com o ramal do Luacano, a ser construído em breve, no Moxico, ao serviço das economias dos países da região, nomeadamente da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC).
Conforme afirmou o Estadista angolano, outras iniciativas importantes poderão dar impulso à cooperação bilateral, como é o caso, em estudo, do projecto de electrificação fronteiriça entre os dois países, "que ajudará a impulsionar o crescimento das nossas zonas fronteiriças", ou ainda, o projecto em curso de construção do canal navegável Rivungo/ Xangongo e respectivas infra-estruturas.
Considerou que a visita do homólogo zambiano a Angola representa uma grande oportunidade para abordarem a melhor forma de impulsionar, com sentido prático, todas as iniciativas existentes, para que se possam colher os melhores benefícios da cooperação que vier a ser desenvolvida em tais domínios, que resultarão, seguramente, em vantagens recíprocas significativas.
Zâmbia defende maior investimento em infra-estruturas
Na mesma ocasião, o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, defendeu um maior investimento em infra-estruturas, tendo em vista o reforço das relações económicas com Angola.O Estadista zambiano afirmou que, a par das óptimas relações culturais, históricas e de solidariedade, são necessários investimentos para interligar os dois países.
Considerou necessário um maior aproveitamento da bacia do Alto Zambeze e das interligações aéreas.
O Presidente Hakainde Hichilema sugeriu a criação de mecanismos para fiscalizar a implementação dos acordos entre os dois países.
Manifestou a predisposição para colaborar nos esforços do Presidente João Lourenço para a paz e estabilidade na região.
Fonte:Angop