O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) de Angola e a sua congénere do Zimbabwe estabeleceram, nesta segunda-feira em Luanda, as bases para a assinatura de um acordo de cooperação nos domínios da mobilidade de docentes e discentes, formação e investigação científica.
Do acordo a ser assinado em Outubro, os dois Estados esperam, igualmente, conseguir elementos que permitam a avaliação de qualidade dos cursos.
O secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio da Silva, esclareceu que o acordo vai contribuir para a formação de docentes e aumento das trocas de experiências, com vista à realização de projectos de investigação científica nas áreas da Agricultura e Engenharias.
O Zimbabwe apresenta um sistema bastante robusto e referenciado na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e, para nós, pode ser uma referência importante e uma experiência a considerar, referiu Eugénio da Silva.
O secretário de Estado reconheceu que o Zimbabwe é forte nas áreas da Agricultura, Minerais e Turismo. Por isso, referiu que Angola deverá tirar algum proveito nisso, por ter esses sectores como prioritários no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), no sentido de diversificação da economia.
Neste momento, segundo o secretário de Estado, Angola encontra-se no ponto inicial em que algumas universidades, através das Startups e Laboratórios de Ideias, conseguem desenvolver e apoiar jovens com ideias inovadoras para a transformação em produtos e serviços. Eugénio da Silva avançou que o país está a desenvolver, com ajuda dos Países Baixos, um programa para o desenvolvimento de um currículo para o empreendedorismo, que se encontra numa fase inicial do processo.
Nesta matéria, referiu, o Zimbabwe já garante uma ligação entre a universidade e empresas, o que considerou de positivo, daí a necessidade de Angola experimentar cada vez essa realidade.
Zimbabwanos de olhos na exploração petrolífera
Da parte do Zimbabwe, o seu secretário permanente da Educação do Ensino Terciário, Inovação, Ciência e Tecnologia, Fanwell Tagwira, garantiu todos os esforços do seu país no sentido de estabelecer uma cooperação forte nas áreas das Ciências, Investigação e Tecnologias.
Fanwell Tagwira avançou que o Zimbabwe espera, nesta relação com Angola, aprender o que as universidades angolanas estão a fazer nas diversas áreas, com destaque na exploração de petróleo. "Vamos apostar, de modo a formarmos os nossos quadros nesta especialidade que é importante para nós”, disse.
Fanwell Tagwira fez saber que esta cooperação abrange, também, os docentes das Universidades públicas e privadas, principalmente na área de Pesquisa, que é uma visão do Governo zimbabweano.
Sobre a realidade do Ensino Superior zimbabwano, Fanwell Tagwira explicou que o sistema se encontra numa fase de transformação, em que se está a evoluir do 3.0 para o nível 5.0.
Fonte: Jornal de Angola.