• Angola quer investimento da Tanzânia para a construção da Refinaria do Lobito


    O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, manifestou quarta-feira o interesse do Executivo contar com o investimento da Tanzânia na construção da Refinaria do Lobito.

    Diamantino Azevedo fez o convite durante a visita da Presidente tanzaniana, Samia Hassan, à Refinaria de Luanda, antes de regressar ao seu país.

    “Manifestámos à Senhora Presidente o nosso interesse em ver a Tanzânia juntar-se a este projecto, porque precisamos, efectivamente, de passar da boa relação política para, também, uma relação económica mais forte”, disse.

    Segundo Diamantino Azevedo, Angola e a Tanzânia estudam a possibilidade de concretizarem, nos próximos tempos, investimentos conjuntos a nível da refinação de gás e a troca de experiências no sector dos Petróleos.

    Em declarações aos jornalistas, o ministro assegurou, ainda, que além do interesse de ambos os países partilharem investimentos na refinação de gás, existe, também, a pretensão da exploração de oportunidades de negócios ao nível de outros recursos minerais, como é o caso do ouro, em virtude de a Tanzânia possuir uma produção considerável e grande experiência no ramo.

    “Nós estamos a iniciar essa actividade. Mas, acima de tudo, aqui na refinaria partilhamos também a possibilidade de investimentos conjuntos entre a Tanzânia e Angola a nível da refinação de gás”, disse Diamantino Azevedo, ao manifestar o interesse de Angola ver a Tanzânia a participar na construção da Refinaria do Lobito. “É um projecto que está em curso, como sabe, já começou anos atrás, mas quando o Presidente João Lourenço tomou posse deu-nos a responsabilidade de rever o projecto, reiniciar e nós, efectivamente, tivemos que olhar para o estudo de viabilidade e conseguimos fazer alterações a nível do custo de investimento, reduzi-lo bastante”, explicou.

    O ministro referiu, também, terem sido feitos trabalhos que visam aumentar a qualidade, tendo em conta o novo contexto de transição energética, esclarecendo que o projecto da Refinaria do Lobito está em curso com 100 por cento de financiamento da Sonangol, embora assegurando que o Executivo está à procura de novos parceiros e de investidores.

    A Tanzânia, referiu Diamantino Azevedo, é um país que sempre esteve ao lado de Angola, sobretudo durante a Luta de Libertação Nacional, acentuando que, após essa fase, se estabeleceram relações políticas e diplomáticas entre os dois países, enfatizando a importância de transformar as relações políticas e diplomáticas em relações económicas.

    “Daí a Senhora Presidente ter visitado a refinaria, até porque a Tanzânia é um país com largas reservas de gás e quer, também, beneficiar da nossa experiência e capacidades em termos de logística e formação”, esclareceu Diamantino Azevedo durante o acto, testemunhado pelo ministro das Relações Exteriores, Teté António, o embaixador angolano residente em Dar-es-Salaam, Sandro de Oliveira, e o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins.

    Samia Hassan a par da história da Refinaria

    Antes de ser convidada para tomar contacto com a gigantesca infra-estrutura, avaliada em 235 milhões de dólares, e após assistir a um vídeo de cerca de oito minutos sobre as várias etapas de construção da Refinaria de Luanda, a Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, foi convidada a conhecer o percurso histórico da Indústria de Petróleo e Gás de Angola.

    Na ocasião, Diamantino Azevedo sublinhou que a Indústria de Petróleo e Gás, em Angola, começou em 1916, com estudos exploratórios, com a primeira produção de petróleo a ocorrer em 1950.

    Neste período, disse o ministro, a Refinaria de Luanda foi construída e, ao longo dos anos, beneficiou de várias reestruturações e mudanças para permanecer funcional dentro dos parâmetros necessários pela indústria.

    Na época da Independência Nacional, em 1975, prosseguiu, Angola produziu cerca de 175 mil barris de petróleo por dia, sublinhando que, com a criação da Sonangol, em 1976, uma série de medidas foram adoptadas para manter o sector dos Petróleos funcional e atrair investimentos.

    Fonte: Jornal de Angola