• Angola Quer Reforçar Combate Às Violações Dos Direitos Da Criança


    A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, disse que o Estado angolano estuda mecanismos para reforçar o combate às violações dos direitos fundamentais da criança, face ao "aumento gritante" de transgressões.

    Em declarações à imprensa,  à margem da Conferência dos Comités Locais dos Direitos Humanos, realçou que actualmente o foco do Executivo, nesta matéria,  tem a ver com a prevenção,  protecção e garantias dos direitos fundamentais das mulheres e crianças.

    "O aumento gritante de casos de violação dos direitos da criança e das mulheres, exige de nós,  um trabalho conjunto e aturado,  onde as famílias devem desempenhar um importante papel, assumindo as suas responsabilidades  e evitar violações graves dos direitos fundamentais destas franjas", frisou.

    Relativamente aos direitos civis e políticos, disse que "tem havido algumas dificuldades de interpretação no exercício dos mesmos,  por parte de alguns promotores, o que tem motivado, em alguns casos, por exemplo,  manifestações violentas".

    "Temos que estudar a legislação, o direito está garantido, mas é preciso ver quais são as limitações legais que não são só  de Angola, ou seja,  o  próprio pacto internacional dos direitos civis e políticos estabelece os requisitos destes direitos fundamentais, que se consubstanciam na não violação da tranquilidade a ordem pública e contra os princípios dos direitos humanos", disse.

    Disse que para inverter o quadro, o Estado vai reforçar a relação entre as instituições e os cidadãos, para que as pessoas  se sintam mais à vontade de fazer denúncias e receber respostas rápidas sobre possíveis violações dos seus direitos.

    As estatísticas apontam que em 2022, Angola registou 286 manifestações civis e políticas, das quais, oito catalogadas como violentas.

    Tráfico de seres humanos

    Sobre o tráfico de seres humanos em Angola, fez saber que no âmbito do projecto parceria conjunta com o sistema das Organizações das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional paras as Migrações (OIM), o Executivo trabalha com países que fazem fronteira com Angola, para a definição de uma política de combate ao fenómeno.

    Consta das acções do Estado, o reforço do sistema de protecção , responsabilização e de denúncia de casos de tráfico de seres humanos.

    Desde 2015, Angola registou 142 casos, destes 22 por cento foram julgados, cujos autores foram responsabilizados criminalmente. As mulheres e crianças são as principais vítimas.

    No início deste ano , uma criança da República Democrática do Congo (RDC), vítima de tráfico de seres humanos, foi reunificada no seio familiar.

    O evento promovido pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, visa encontrar mecanismos de prevenção e combate ao tráfico de seres humanos no país,  sobretudo ao longo das fronteiras com a República Democrática do Congo (RDC) e às violações aos direitos fundamentais dos cidadãos.

    De acordo com o programa enviado nesta segunda-feira, vão participar no evento, órgãos que intervêm na administração da Justiça, profissionais do MININT,  membros do Comité Locais de Direitos Humanos, técnicos de identificação e encaminhamento de vítimas de tráfico de seres humanos.