• “Angolanos Sempre Almejaram Construir Um País Igual Para Todos”


    O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade”, afirmou, nesta quinta-feira, em Xá-Muteba, Lunda-Norte, que a revolta da Baixa de Cassanje representou o ponto de viragem da História de Angola, do desenvolvimento do país e dos angolanos, que sempre almejaram construir uma nação melhor e com direitos iguais para todos.

    Ao intervir no acto central de celebração do 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial, o governante considerou a data inapagável no registo histórico do país, sublinhando que a efeméride representa a lembrança da "bárbara acção” praticada pelo exército colonial português "na importante região da Baixa de Cassanje”.

    O 4 de Janeiro de 1961, disse o ministro, é uma data de grande importância para todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, reforçando que o Executivo reafirma, por isso, o compromisso de continuar a desenvolver políticas públicas tendentes ao desenvolvimento harmonioso do país e bem-estar económico e social dos angolanos.

    João Ernesto dos Santos "Liberdade” esclareceu, ainda, que o município de Xá-Muteba compreende a rica e tradicional circunscrição da Baixa de Cassanje, onde, há 63 anos, a "máquina assassina do colonialismo português”, através das bombas de napalm, vitimou mais de dois mil angolanos, na sua maioria camponeses, que reivindicavam a valorização do produto local, no caso o algodão, pelo grupo comercial luso-belga Companhia de Algodão de Angola (COTONANG).

    O ministro considerou importante lembrar que o 4 de Janeiro de 1961 influenciou, também, a revolta do 4 de Fevereiro do mesmo ano, cujos feitos determinaram a queda do regime colonial fascista português, depois de 14 longos e difíceis anos de Luta Armada de Libertação Nacional.

    No acto, que decorreu sob o lema "Com o espírito de 4 de Janeiro, Antigos Combatentes unidos para o desenvolvimento de Angola”, João Ernesto dos Santos ressaltou que a revolta da Baixa de Cassanje foi um laboratório que permitiu a construção de fórmulas que estiveram na base da explosão nacional, que impeliu o colonialismo do solo pátrio.

    A juventude angolana, prosseguiu o ministro, sem discriminação político-partidária, religiosa, racial ou de sexo, deve, com orgulho, seguir o exemplo dos heróis nacionais, para juntos trilhar-se o caminho do desenvolvimento sustentável.

    Angola, de acordo com o ministro, é, actualmente, uma placa giratória da política africana, fruto dos 21 anos de paz e reconciliação nacional, o segundo maior ganho do país depois da Independência.

    João Ernesto dos Santos "Liberdade” destacou, ainda, que importantes fóruns regionais e continentais têm sido acolhidos no país, daí que a contribuição de cada angolano, sobretudo da juventude, se apresenta como imprescindível, tendo em vista o alavancar da economia nas diversas vertentes.

    O ministro sublinhou, ainda, durante o acto central do 4 de Janeiro, que o Executivo presta particular atenção ao sector sócio-económico, mediante a construção e reabilitação de estradas. Parafraseando o Presidente João Lourenço, reforçou que tal medida "é crucial para o desenvolvimento e redução das assimetrias regionais”.

    O Governo, segundo ainda o ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, está atento a algumas localidades das províncias do Leste do país, que há muito clamam por intervenções nos diferentes sectores da vida sócio-económica.

    No âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional 2023/2027, por via do Programa de Investimentos Públicos (PIP), assegurou que decorrem obras na Estrada Nacional 230, que liga Malanje e Saurimo, passando pelo município de Xá-Muteba, na Lunda-Norte.

    O ministro mencionou, igualmente, os trabalhos em curso na Estrada Nacional 180, no troço entre o município do Lucapa (Lunda-Norte) e Saurimo, Lunda-Sul, com a finalidade de acabar com os acessos deficientes em muitas localidades, sobretudo na ligação de sedes municipais e comunais.

    João Ernesto dos Santos "Liberdade” salientou, ainda, que recordar o 4 de Janeiro de 1961 é, também, reconhecer os esforços que o Executivo tem feito, na esperança de se reverter a situação económica que o país atravessa, com incentivos à produção nacional, visando a diminuição da excessiva dependência da importação de bens alimentares e outros.

    O ministro disse que se pretende, com isso, aumentar a capacidade de produzir localmente, aliada à presença da juventude, que, munida com as mais altas tecnologias que o mundo oferece, busca as ferramentas necessárias e saudáveis para o desenvolvimento, para que Angola seja um país economicamente competitivo.

    A província da Lunda-Norte, exemplificou o governante, foi, num passado não muito distante, grande produtora de milho, feijão manteiga, hortofrutícolas, tomate e outros produtos do campo, que contribuíram no crescimento da economia do país.

    João Ernesto dos Santos "Liberdade” encorajou, a finalizar, os produtores locais a arregaçar as mangas, tendo em vista a reactivação da agricultura familiar, com a ajuda de insumos agrícolas que o Executivo disponibiliza.

    A governadora provincial da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, afirmou, ontem, em Xá-Muteba, durante o acto central do Dia dos Mártires da Repressão Colonial da Baixa de Cassanje, que as autoridades locais continuam a desenvolver acções para o reforço da assistência socio-económica aos antigos combatentes e veteranos da pátria.

    Ao destacar o contributo dos heróis nacionais, a governante destacou que foram muitos os angolanos que, com bravura e patriotismo, participaram na história do país, culminando com a libertação do jugo colonial.

    Deolinda Vilarinho anunciou que o Governo da Lunda-Norte tem o registo de 15 mil 984 assistidos, entre os quais 7.650 cadastrados nas diferentes categorias. Até ao momento, esclareceu, 8.334 assistidos estão por cadastrar, mais de cinco mil dos quais constam nos processos de reclamação.

    A governadora assegurou que constitui preocupação das autoridades a melhoria da assistência socio-económica aos antigos combatentes, viúvas e órfãos, anunciando estar em curso a distribuição de terrenos loteados, para a construção de residências e de quites profissionais e agro-pecuários.

    Ao ministro João Ernesto dos Santos "Liberdade”, Deolinda Vilarinho disse ter informado que a província precisa de um centro de acolhimento para os antigos combatentes e veteranos da pátria e as respectivas famílias, incluindo apoio para a reabilitação física dos necessitados.

    Actualmente, segundo ainda a governante, a província da Lunda-Norte conta com 26 cooperativas e dez associações agro-pecuárias de antigos combatentes e veteranos da pátria.

    Fonte: Jornal de Angola.