Chefes de Estado e de Governo de várias partes do mundo, e entidades eclesiásticas são distinguidos hoje, em Luanda, pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, na Classe Honra pelo legado e contributo para a independência, paz e desenvolvimento do país.
A cerimónia, que encerra hoje o processo de distinções, que regista a sua 8.ª edição das celebrações do jubileu da Independência Nacional, celebra a capacidade de renascimento e transformação que caracteriza o povo angolano, reconhecendo os esforços colectivos e individuais que têm contribuído para a consolidação de uma Angola mais próspera, inclusiva e justa.
O documento partilhado pela Comissão organizadora, considera o evento derradeiro, um tributo à nova Angola - simbolismo da renovação nacional, da modernização das instituições e do fortalecimento da cidadania activa que projecta o país para o futuro.
A edição de hoje, a ter lugar no Intercontinental de Luanda, homenageia à visão de progresso, à coragem de inovar e à determinação de construir um Estado moderno, sustentado na paz, estabilidade e no desenvolvimento harmonioso de todas as suas regiões.
A "Nova Angola" , refere o documento, representa o compromisso de uma geração com o futuro e a afirmação de uma Nação reconciliada consigo mesma, orgulhosa da sua história e confiante na sua marcha rumo à prosperidade.
São homenageados todos quantos com espírito de missão, competência e sentido de responsabilidade, têm ajudado a erigir as bases de um novo ciclo de esperança, solidariedade e crescimento.
Tal como nas cerimónias anteriores, o evento de hoje homenageia, igualmente, cidadãos nas classes Independência, Paz e Desenvolvimento, reconhecendo em cada distinção a força inspiradora de uma Angola que se renova e avança com confiança para os desafios do futuro.
Da vasta lista de personalidades a serem condecoradas na Classe de Honra, destacam-se os antigos Presidentes José Eduardo dos Santos, Robert Gabriel Mugabe (Zimbábwe), Samora Machel (Moçambique), Samuel Daniel “Sam Nujoma” ( Namíbia), Seretse Khama (Botswana), William Richard Tolbert Jr. (Libéria), Ahmed Ben Bella (Argélia), Ahmed Sékou Touré (Guiné) e à sua Santidade Papa Paulo VI e Ernesto Geisel (Brasil), todos a título póstumo.
Na mesma classe são distinguidos os antigos Chefes de Estado William Jeferson Clinton “Bill Clinton” ( EUA), Alpha Condé (Guiné), Aníbal António Cavaco Silva e Francisco da Costa Gomes ( Portugal), Hu Jintao (China), e os actuais Presidentes da China e da República do Congo, Xi Jinping e Denis Sassou Nguesso, respectivamente.
A título póstumo, João Lourenço distingue ainda os antigos líderes mundiais, Fidel Castro Ruz (de Cuba), George Herbert Walker Bush ( EUA), Giovanni Leone (Itália), Rei Hassan II (do Marrocos), Houari Boumedienne (Argélia), João Bernardo Vieira “Nino Vieira” (Guiné-Bissau), Marien Ngouabi (Congo), Murtala Mohammed (Nigéria), Julius Kambarage Nyerere (Tanzânia), Nelson Rolihlaha Mandela (África do Sul), Josip Broz Tito (antiga Jugoslávia), Kenneth David Kaunda (Zâmbia), Kwame Nkrumah (Gana), Leonid Ilitch Brejnev (antiga União, Soviética) e Olof Palme (antigo Primeiro-Ministro da Suécia).
Acordo de Alvor na Classe Independência
Um dos pontos mais altos do evento está reservado à distinção dos signatários do Acordo de Alvor, nomeadamente António Agostinho Neto, Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi (a título póstumo).
O ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos volta a ser condecorado nesta classe. São distinguidos ainda Afonso Domingos Pedro Van-Dúnem “Mbinda”, o reverendo Agostinho Pedro Neto, Alexandre Tati, Amílcar Cabral (Guiné-Bissau e Cabo Verde) e o profeta Simão Kimbangu (RDC).
Paz e Desenvolvimento
O acto de hoje vai também reconhecer os feitos do Agrupamento Musical “Ngola 74”, a Associação Angolana de Mulheres de Carreira Jurídica e personalidades como o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.
De realçar que no acto central a decorrer dia 11 deste mês na Praça da República, o Chefe de Estado, João Lourenço, vai outorgar com a Medalha de Honra o primeiro Presidente de Angola independente, António Agostinho Neto, pelo seu papel ímpar enquanto proclamador da Independência.
De realçar que no acto central, a decorrer no dia 11 deste mês na Praça da República, o Chefe de Estado, João Lourenço, vai outorgar a Medalha de Honra ao primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto, pelo seu papel ímpar enquanto proclamador da Independência Nacional.
Para o acto central do dia 11, está prevista a participação de mais de oito mil convidados e 30 delegações estrangeiras.
Para o efeito, a organização garante a abertura dos portões partir das 8 horas da manha,e o hastear da Bandeira Monumento no Museu de História Militar. A Polícia Nacional garante asseguramento de todos os eventos.
Conheça o rosto de algumas personalidades a serem distinguidas
Fidel Castro Ruz, considerado um dos melhores amigos de Angola, visitou o país pela primeira vez em 1977, quase dois anos após a proclamação da Independência.
A cooperação com a Cuba remonta à época da guerra fria, antes mesmo da Independência Nacional. Após o 11 de Novembro de 1975, Cuba foi o primeiro país a despachar para o seu representante diplomático com plenos poderes.
Ernesto Geisel foi o 29º Presidente do Brasil entre 15 de Março de 1974 e 15 de Março de 1979. Durante o seu consulado, o Brasil foi o primeiro a reconhecer a independência de Angola, no dia 6 de Novembro de 1975.
Ao longo das décadas, os dois países têm vindo a estreitar a sua cooperação em diversas áreas, nomeadamente na política, economia, cultura e educação.
O antigo Presidente norte-americano, Bill Clinton, desempenhou um papel crucial na história de Angola em 1993, ao reconhecer as primeiras eleições gerais (1992) como livres e justas.
Na época, reconheceu, a partir de Washington, o direito do governo liderado pelo MPLA dirigir os destinos dos angolanos, quadro de uma democracia multipartidária e apelou a UNITA a aceitar os resultados das eleições gerais de 1992.
Samora Machel teve uma relação de forte solidariedade e apoio com Angola.
Ao lado do Presidente António Agostinho Neto, prestou uma contribuição relevante no contexto da Independência Nacional e na luta contra o colonialismo português para a libertação dos dois povos. Samora Moisês Machel assumiu a presidência de Moçambique depois da independência daquele país irmão.
Murtala Mohamed foi Chefe de Estado da Nigéria, país este que teve uma contribuição decisiva para a sobrevivência do primeiro governo de Angola, depois da Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.
Em reconhecimento aos seus feitos, o Governo angolano baptizou uma das avenidas com o seu nome, como símbolo da amizade entre os povos angolano e nigeriano.