Trata-se de 2.600 comboios de passageiros e 400 de carga, conforme o Jornal de Angola, na sua edição desta segunda-feira (21).
De acordo com o responsável, a eficácia das operações ficou consolidada com a utilização de software de sinalização electrónica e gestão da linha.
O gestor, que falava via virtual durante uma mesa redonda da "Sika Summit Angola 2024”, referiu que desde a assinatura do contrato de concessão, em Novembro de 2022, o consórcio – constituído pelas empresas LAR, Transfigura e Mota-Engil, procedeu uma série de investigações, trabalhos preparatórios de verificação de linha, tendo culminado com o levantamento geométrico e geotécnico no sentido de preparar ao detalhe o investimento necessário do referido activo.
Actualmente, decorrem trabalhos de manutenção da linha, consubstanciados na colocação de balastros, nivelamentos e realinhamento geométrico da linha, a cargo da Mota-Engil, a qual assume a qualidade de empreiteira no contrato com duração de 30 anos.
Paralelamente, está em curso um forte investimento no melhoramento da própria linha, que consiste na soldadura dos carris, substituição de cinco pontes, reparação e apetrechamento das oficinas, assim como benfeitorias nos edifícios das 70 estacões.
"Utilizámos equipamentos de ponta que já se encontram em Angola. O sistema de sinalização física não estava a funcionar porque grande parte dos equipamentos foi roubada ou vandalizada, pelo que hoje a linha é operada através de sistemas de comunicação navegáveis como rádios VHS e telefones”, disse.
Acrescentou ser um sistema virtual muito utilizado no mundo, que permite suprir esta lacuna, ou seja, as próprias locomotivas estão equipadas com tecnologia que emite sinais e "fazemos a gestão da linha férrea”.
Fez saber que a Lobito Atlantic Railway lançou, recentemente um concurso público internacional em que participam 22 empresas interessadas na prestação deste serviço suportado por satélite e redes de fibra óptica existentes em Angola, numa altura em que procede à aplicação de painéis solares e outros equipamentos ao longo das estações, com o fim de alimentar os sinais repetidores de telecomunicações com energia eléctrica.
Francisco França falou, por outro lado, sobre a transferência dos activos do Estado e cerca de 500 trabalhadores para a concessionária, sublinhando que isto constitui um dos processos mais importantes que antecedeu o arranque das operações.
Explicou que o quadro orgânico da empresa conta com 800 trabalhadores, dos quais 408 provenientes do Caminhos-de-Ferro de Benguela e 128 do Porto do Lobito.
O Corredor do Lobito é um trajecto de pessoas e mercadorias, composto por infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, que atravessa Angola do Lobito ao Luau, passando por Kolwesi e Lumbumbashi, na República Democrática do Congo (RDC), entra na Zâmbia por Chingola e termina em Ndola, onde estão as ligações ferroviárias aos portos, no Oceano Índico, Dar es Salam (Tanzânia), Beira (Moçambique) e Durban (África do Sul).
O contrato de concessão, com uma duração de 30 anos e possibilidade de se estender por mais 20, prevê a construção e exploração de dois terminais de mercadorias para apoio aos serviços ferroviários, um no Lobito e outro no Luau, a gestão do porto de minério na margem Leste da Baía do Lobito.
Fonte: Angop.