• Conselho de Segurança da ONU destaca empenho do Presidente João Lourenço


    Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS-ONU) enalteceram o empenho pessoal do Presidente João Lourenço, na mediação da crise diplomática entre a República Democrática do Congo e o Rwanda.
    Quarta-Feira, 02 de Outubro de 2024

    Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS-ONU) enalteceram o empenho pessoal do Presidente João Lourenço, na mediação da crise diplomática entre a República Democrática do Congo e o Rwanda.

    O reconhecimento foi expresso, segunda-feira, no Debate Aberto do Conselho de Segurança da ONU, que analisou o relatório sobre a situação na RDC, que, na sequência, elogiaram o papel construtivo do Chefe de Estado angolano como mediador regional e apelaram às autoridades da RDC e do Rwanda a respeitarem o Processo de Luanda.

    De acordo com uma nota partilhada pela Missão Permanente de Angola Junto das Nações Unidas, o relatório apresentado pela representante especial e chefe da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), Bintou Keita, abrange os desenvolvimentos registados no país, no período de 20 de Junho a 19 de Setembro deste ano.

    O documento ressalta, ainda, os esforços diplomáticos desenvolvidos para a promoção da paz e da estabilidade na RDC, a redução da tensão política na região e o restabelecimento de um clima de confiança entre a RDC e o Rwanda, tendo como base os processos de Luanda e de Nairobi.

    O relatório destaca, igualmente, o empenho do Presidente João Lourenço, enquanto Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e mediador mandatado pela União Africana na resolução da crise política entre a RDC e o Rwanda e no alcance da paz e da estabilidade no leste da RDC.

    Instabilidade da segurança

    O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, Francisco da Cruz, manifestou preocupação pela persistente instabilidade no domínio da segurança, decorrente da contínua ocupação territorial por parte do M23 e os sistemáticos ataques, resultando num alarmante número de perdas de vidas humanas e da deslocação forçada de pessoas, sobretudo no Kivu Norte e Ituri.

    O diplomata angolano aproveitou a ocasião para informar aos membros do Conselho de Segurança sobre os encontros que o Chefe de Estado angolano manteve, recentemente, com os homólogos do Rwanda, Paul Kagame, em Kigali, a 11 de Agosto, e da RDC, Félix Thisekedi, em Kinshasa, a 12 de Agosto, para apresentar a proposta de um acordo de paz, cujos termos foram discutidos pelas partes a nível ministerial em Agosto e Setembro.

    Francisco da Cruz avançou, também, que a próxima reunião ministerial está prevista para as próximas semanas, com o objectivo de se alcançar um entendimento conducente à realização de uma Cimeira de Chefes de Estado que possa selar uma paz definitiva e a normalização das relações diplomáticas entre os dois países.

    O diplomata apontou algumas acções para a consolidação dos progressos registados no processo, nomeadamente a preservação do cessar-fogo alcançado no dia 4 de Agosto, a cessação imediata e incondicional do apoio aos grupos armados por parte de todos actores relevantes, bem como a operacionalização efectiva e ininterrupta do mecanismo conjunto de verificação ad-hoc estabelecido no quadro do Processo de Luanda.

    Das acções propostas, consta o aprofundamento do diálogo político a nível técnico e ministerial, com vista a dirimir eventuais divergências que ainda possam persistir na proposta de Acordo apresentada pela mediação, para permitir a realização de uma nova Reunião Ministerial, nas próximas semanas, em Luanda.

    O representante de Angola junto da ONU apelou à consolidação da confiança mútua, visando a criação de um ambiente político conducente à realização da Cimeira de Chefes de Estado para assinatura do Acordo de Paz entre a RDC e o Rwanda.

    O debate aberto do Conselho de Segurança sobre a situação na República Democrática do Congo (RDC), marca o fim da presidência do mês de Setembro, a cargo da República da Eslovênia.