Falando em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), nesta quarta-feira, referiu que o período de crescimento do Corredor do Lobito começa agora, ano um (1), para atingir a velocidade cruzeiro nos próximos cinco anos.
Segundo o governante, tudo está a ser feito para que as mercadorias transitem no corredor, sem qualquer pagamento de direitos aduaneiros, com base no acordo de facilitação de mercadorias.
Fez saber que o Porto do Lobito foi escolhido pela Organização Marítima Internacional para ser a experiência piloto da "Janela Única marítima (JUMA), mas o país tem um projecto que é a Janela Única Portuária, onde se integram o conjunto de serviços necessários para tratamento das mercadorias, incluindo serviços aduaneiros.
Com isso, apontou que se pretende, com apoio da tecnologia, simplificar a tramitação aduaneira, administrativa e burocrática do trânsito de mercadorias.
Conforme o ministro, o Corredor do Lobito, além das fronteiras nacionais, com impacto estruturante em todo o espaço da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), se afirma como um dos principais eixos de circulação de mercadorias, não apenas dentro dos próprios países.
Salientou que o Corredor do Lobito estabelece uma conexão com o mercado mundial, através, principalmente do Porto do Lobito, o que assegura uma elevada percentagem do volume do comércio internacional de toda a sub-região.
Ricardo D` Abreu indicou que perto de dois mil empregos serão criados ao longo do Corredor do Lobito, quando estiver a funcionar em pleno, "empregos directos relacionados com todos aqueles que estarão envolvidos directamente na operação portuária e ferroviária e os indirectos, por via de outros sectores”.
Lembrou que o Estado investiu cerca de 3.2 mil milhões de dólares na reabilitação da infra-estrutura portuárias e ferroviárias.
Disse estar por se construir, ao longo do corredor, três plataformas logísticas na província do Huambo, no município da Caála, outras na comuna do Cuima, e no município do Luau, província do Moxico.
Neste sentido, avançou o interesse do Banco Mundial (BM) em apoiar o financiamento da plataforma logística da Caála.
Entretanto, salientou a necessidade de melhoria nas infra-estruturas por parte da Zâmbia e da RDC, com realce para a questão ferroviária, neste último país.
Denominado "Lobito Atlantic Railway”, o consórcio, formado pelas empresas Trafigura da Suíça, a Mota-Engil de Portugal e a Vecturis SA da Bélgica, desde a última terça-feira (04) passou oficialmente a explorar o transporte de carga no corredor ferroviário do Lobito.
O Corredor do Lobito estende-se desde o Porto do Lobito, banhado pelo Oceano Atlântico, e atravessa Angola de Oeste a Este, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
Abrange as áreas de mineração da província de Katanga, na RDC, e Copperbelt, na Zâmbia.
O corredor representa a rota mais curta até um porto, a partir das áreas ricas em minerais da RDC e da Zâmbia.
Com gestão privada, o Corredor do Lobito integra o Porto do Lobito, o Terminal Mineiro, o Aeroporto da Catumbela e o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).
Para a SADC, o corredor é visto como um importante meio de desenvolvimento da região, com benefícios para Angola e os países vizinhos
Fonte: Angop.