Segundo o ministro, "o momento é propício para um recrudescimento das diásporas africanas" e, à semelhança do que se passa noutras partes do mundo, recomendou aos africanos da diáspora para contribuírem activamente na vida económica do continente.
"Encorajamos que os afrodescendentes da diáspora considerem o continente como uma oportunidade e que possam jogar um papel preponderante quer na emancipação de África quer junto dos seus países de residência, na promoção e execução de programas de desenvolvimento nos mais variados países do continente, principalmente nos domínios social, económico e cultural”, disse o ministro angolano na presença de membros do corpo diplomático acreditado no país e de representantes de países que integram a OEACP.
Na sua intervenção, Téte António saudou a iniciativa da Organização das Nações Unidas que aprovou, recentemente, a celebração do Dia Internacional das Pessoas de Ascendência Africana.
Ainda a nível desta instância multilateral mundial, reconheceu o desenvolvimento positivo da colaboração e concertação permanentes entre os membros africanos não-permanentes do Conselho de Segurança e o congénere das Caraíbas, que deu origem ao Grupo A3+1, já bem presente no jargão onusiano e que tem contribuído bastante para a elevação e reforço da voz de África neste órgão das Nações Unidas.
Sobre o fórum, disse que serve de vector privilegiado para a troca de informações, de conhecimentos e de experiências entre povos, embora distanciados geograficamente, mas que se querem unidos nas suas diferenças.
"Auguramos, assim, que a interacção de hoje fortaleça o sentimento de pertença ao continente africano, assim como contribua para o aumento da nossa conectividade e cooperação em matérias económica, cultural e não só, em prol do reforço da posição africana nesta nova conjuntura mundial, onde somos chamados a interagir cada vez mais em uníssono”, realçou.
A 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) realiza-se sexta-feira e sábado, em Luanda, sob o tema "3 Continentes, 3 Oceanos, 1 Destino Comum: Construir uma OEACP Resiliente e Sustentável”.
A Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), anteriormente conhecida como o Grupo de Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP), foi criada pelo Acordo de Georgetown, em 1975.
É composta por 79 Estados de África, Caraíbas e Pacífico, com todos, excepto Cuba, signatários do Acordo de Cotonou, também conhecido como o "Acordo de Parceria ACP-CE", que os vincula à União Europeia. Existem 49 países da África Subsariana, 19 das Caraíbas e 11 do Pacífico.
Os principais objectivos da OEACP são a promoção do desenvolvimento sustentável dos seus Estados-Membros e a sua integração gradual na economia global, o que implica fazer da redução da pobreza uma questão prioritária e estabelecer uma nova ordem mundial, mais justa e equitativa.
Visa ainda a coordenação das actividades no quadro da implementação dos Acordos de Parceria ACP-CE, a consolidação da unidade e da solidariedade entre os membros, bem como da compreensão entre os seus povos.
A OEACP se propõe também ao estabelecimento e consolidação da paz e da estabilidade numa sociedade livre e democrática.
O secretário executivo da OEACP é o angolano Georges Rebelo Chikoti.
Fonte:Angop