Os camelos adaptaram-se facilmente ao clima desértico do Namibe e o seu número tem estado a aumentar, registando-se nesta altura 127 animais, o que vai ajudar no fomento do ecoturismo na região, além da promoção e do desenvolvimento agrícola, bem como da produção de carne e leite.
Segundo Francisco Felgueira, responsável pela estação zootécnica do Fundão, no Caraculo, localidade que dista a 60 quilómetros da sede capital da província, Moçâmedes, o projecto vai contribuir, também, para impulsionar a indústria turística e diversificar a economia no Namibe e no país, de uma forma geral.
A iniciativa surgiu no quadro da parceria público-privada entre o Governo Provincial do Namibe e as autoridades dos Emirados Árabes Unidos, que além da criação de camelos, tem a produção de tâmaras e frutos associados ao clima local, para a atracção e o fomento turístico desta região desértica.
No local foram construídos furos de água, com sistema de captação de bomba submersível e tanques com sistema de gravidade com capacidade para mais de 20 mil litros de água.
Procedeu-se também, de forma experimental, à plantação de sorgo e capim forrageiro para a alimentação dos animais, com o apoio do Instituto de Investigação Agrícola.
Emprego
O projecto gerou mais de 20 empregos para jovens, sobretudo da comunidade, cuja adaptação ao trabalho é cada vez melhor, de acordo com José Mbuale, um dos beneficiários.
Benefícios
O camelo tem uma carne e leite ricos em nutrientes para o consumo humano.
A implementação do projecto de criação deste tipo de animal no Namibe trará benefícios ao desenvolvimento da economia, com a aposta no turismo e na diversificação da produção agropecuária.
Chegada dos animais
O primeiro lote de 101 camelos, entre os quais quatro machos, chegou a esta província a 13 de Junho de 2024, constituindo mais um "produto” turístico para a região.
Vantagens
A introdução de camelos no deserto pode oferecer várias vantagens, dada a sua adaptação natural a ambientes áridos e o seu uso para o transporte eficiente de pessoas e mercadorias em terrenos desérticos como os da zona do Caraculo e do Parque do Iona.
Têm capacidade de percorrer grandes distâncias sem necessidade de água ou alimentos e adaptam-se facilmente ao calor.
No período da seca, um fenómeno característico da província, sobretudo nos municípios do Virei, Camucuio e Bibala, esses animais são capazes de sobreviver e fornecer de forma normal o leite.
De referir que o Namibe acolhe, quinta-feira, a III Sessão Ordinária da Comissão Multissectorial para Salvaguarda do Patrinónio Cultural Mundial, a ser orientada pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, que se encontra desde hoje na província.
Fonte: Angop.