O encontro de ontem serviu para os subgrupos de trabalho prestarem informações das actividades desenvolvidas e tomarem contacto com as perspectivas do Governo no que à inclusão financeira diz respeito.
O director de Inclusão Financeira do BNA, Edilson Pimenta, falou à imprensa sobre os objectivos e desenvolvimentos do encontro. Edilson Pimenta reconheceu estar-se, ainda, muito abaixo dos números pretendidos para a inclusão financeira. Reafirmou a intenção de se superar os actuais níveis de menos de 50 por cento de bancarização e inclusão financeira, o que passa pela adopção de novas e melhores estratégias.
Um dos grandes constrangimentos, referiu, é o baixo nível de identificação, essencial para a inclusão financeira.
"Estamos a elaborar, neste momento, a estratégia e é nela em que serão colocados os indicadores e as metas. A perspectiva é termos até Novembro o primeiro draft da estratégia, altura em que teremos aqui a segunda missão do Banco Mundial, e em concertação com a equipa técnica e posteriormente sob orientação do comité vai-se passar para a fase de consulta pública em Dezembro. A intenção é lançar a estratégia até ao I trimestre do próximo ano”, disse.
Integram o Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira os membros da Equipa Económica do Executivo (Finanças e Planeamento) e os reguladores do Sistema Financeiro Angolano, designadamente BNA, ARSEG e CMC.
São ainda membros a Administração Geral Tributária (AGT), Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), a Associação das Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamentos de Angola (ASPSP), Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) e Ministério da Educação, distribuídos em vários subgrupos de trabalho.
KWik Instantâneo
O Banco Nacional de Angola (BNA) apelou aos cidadãos a aderirem ao serviço de pagamentos instantâneos "KWik”, por permitir que em menos de 30 segundos titulares ou não de contas bancárias possam realizar pagamentos ou receber transferências de dinheiro.
De acordo com a directora do departamento de Sistemas de Pagamentos do BNA, Cristina Caniço, a solução está disponível nos prestadores de serviço de pagamentos, com participação dos bancos e também de fintech ou startups licenciadas pelo regulador.
"O KWik é o nosso arranjo de pagamento que se denomina Kwanza instantâneo e que permite a transferência de dinheiro na hora, em fracções de segundos”, disse.
Cristina Caniço explicou que a intenção é ter, em breve, a presença do KWik nos cabeleireiros, táxis, mercados e outros pontos e prestadores de serviços, para permitir aos utilizadores desse método de pagamento poderem realizar as operações pretendidas e com as vantagens que oferece.
A gestora bancária explicou que a intenção de se disponibilizar diferentes formas de pagamentos tem em vista a rápida adaptação das pessoas aos mesmos, a fim de se cumprir com o desiderato da inclusão financeira.
Pagamentos por telefone
O presidente da Associação das Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamentos de Angola, Nuno Veiga, disse que o grupo que lidera procura, neste momento, por ser ainda muito nova, congregar os operadores e reunir as estratégias dispersas num único documento, para permitir ao grupo ser assertivo e mais proveitoso.
Segundo Nuno Veiga, a ideia é permitir que os nove associados sejam parceiros e referências nos processos de adopção de estratégias de pagamentos, sendo que, também, trabalham com o regulador – BNA – para que nos futuros licenciamentos a associação seja sempre considerada parte do processo, através do convite aos novos operadores para filiarem-se na ASPSP – Associação das Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamentos de Angola.
"Há um esforço para tentar amenizar algumas situações. Temos ainda problemas em as pessoas obterem identificação, então, em conjunto com o regulador, procuramos soluções para mitigar estes riscos. Estamos no bom caminho e acreditamos que com a estratégia em curso vamos com as autoridades do Governo encontrar soluções assertivas que respondam positivamente aos desafios da inclusão financeira”, disse.
Fonte: Jornal de Angola.