• Executivo Pretende Replicar Projecto Biocom Em Todo O País


    O ministro do Comércio e Indústria, Rui Minguês, afirmou, nesta quarta-feira em Malanje, que o Executivo pretende replicar o projecto Biocom em todo o país.

    O governante fez esta declaração durante a visita do Presidente da República, João Lourenço, às instalações da Biocom, onde tomou conhecimento das acções em curso para o apoio à actividade dos micro e pequenos agricultores da região que pretendem cultivar cana-de-açúcar.

    Rui Minguês considerou que a "Biocom é o exemplo daquilo que podemos fazer para conseguir integrar a produção agrícola dentro de todo o  processo industrial, e, também, de como podemos articular esta função de produção com a satisfação das necessidades de consumo das populações”.

    O ministro frisou que a Biocom, enquanto produtor de açúcar e o etanol, já conseguiu cobrir parte significativa do açúcar que é consumido no país. Instalada no Pólo Agro-industrial de Capanda (PAC), a Biocom tem uma capacidade para produzir 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, numa área de 40 mil hectares, 250 mil toneladas de açúcar cristal branco, 37 mil metros cúbicos de álcool neutro e para fornecer ao país um adicional de 136 megawatts de energia eléctrica limpa e renovável.

    Reconhecimento

    O gestor da Biocom, Uirá Ribeiro, reconheceu o papel do Presidente da República no apoio, elevação e importância que dá à Biocom para o aumento da produção nacional e diversificação económica do país.

    Uirá Ribeiro explicou que a Biocom é a única empresa agroindustrial do país produtora de açúcar, álcool e energia eléctrica limpa e renovável, através do cultivo da cana-de-açúcar, com uma área plantada superior a 30 mil hectares, localizada no município de Cacuso, na  província de Malanje.

    O empresário informou que a Biocom contribui também, para a criação e manutenção de mais de três mil postos de trabalho directos, considerando que 98 por cento da mão-de-obra são nacionais, na maioria do município de Cacuso. Acrescentou que mais de 200 desses trabalhadores estão na empresa há dez anos e 70 por cento dos colaboradores têm entre 18 e 35 anos, muitos dos quais encontraram na Biocom o seu primeiro emprego formal e tiveram acesso à formação profissional.

    Uirá Ribeiro afirmou que existe um gigantesco desafio em crescimento para utilizar a capacidade instalada da Biocom  para gerar receitas alternativas e obter resultados que permitam honrar o serviço da dívida com a banca e com os accionistas.

    "A Biocom é uma empresa de capital intensivo e o crescimento exige investimento considerável em equipamentos e matéria-prima. Desta exigência decorre a necessidade de investimentos atempados para o qual contamos com o apoio dos nossos accionistas”, apontou o gestor.

    Segundo o director, a Biocom está a trabalhar, afincadamente, em três pilares fundamentais, com destaque para a produção do milho,  feijão e soja, no âmbito do aumento da segurança alimentar, em que estão a ser desenvolvidos estudos  através do sistema de rotação dessas culturas com a cana-de-açúcar nas áreas de renovação do canavial.

    Com este novo procedimento, realçou Uirá Ribeiro, estima-se atingir, neste projecto que está em crescimento, até seis mil hectares por ano de área para plantio de grãos.

    Transição energética

    Relativamente à transição energética, a empresa, segundo Uirá Ribeiro, para além da disponibilidade para produzir o etanol combustível, tem trabalhado na viabilidade técnico-comercial para a instalação de uma planta de produção de hidrogénio verde, com a utilização do excedente da energia eléctrica limpa e renovável produzida pela Biocom.

    Enquanto empresa âncora nesta região, de acordo com o director, a Biocom tem trabalhado para  criar sinergias que permitam apoiar os produtores independentes da cana-de-açúcar, através de recomendações técnicas e da compra da produção, com o objectivo de potenciar a agricultura regional, além de disponibilizar a estes produtores independentes os serviços de análises laboratoriais dos solos, compra de calcário para a melhoria dos solos e aumento da produtividade das plantas e colheitas.

    Uirá Ribeiro realçou que, este ano, a Biocom comemora a décima colheita e considerou-a "um marco importante, tanto para a empresa, quanto para Angola”.

    "São dez anos de produção contínua que demonstram ser possível produzir localmente e com qualidade. Foram muitos os obstáculos pelo caminho e temos pela frente novos desafios, mas, com a determinação e a resiliência de todos os homens e mulheres que constituem a Biocom, avançamos continuamente, reforçando os objectivos de produzir cada vez mais e de levar os produtos a todos os lares angolanos”, destacou o director da Biocom.

    Fonte: Jornal de Angola.