Manuel Nunes Júnior discursava na abertura do curso de "Capacitação na Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável”, com duração de cinco dias, que visa estimular o empreendedorismo e a inovação para fomentar negócios inovadores e criação empregos.
"A ciência, tecnologia e inovação são vitais para as mudanças estruturais, de modo a potenciar a diversificação económica, o crescimento da produtividade, criação de empregos e aumento da competitividade no país”, realçou Manuel Nunes Júnior.
O governante, que defendeu o aumento do investimento para propiciar maior e melhor produção de conhecimento científico, reconheceu o papel da investigação científica e da inovação no desenvolvimento humano e bem-estar das populações.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica disse que os talentos não despontam de modo eficiente em sociedades em que as oportunidades não são iguais entre os seus cidadãos e em sociedades em que as políticas seguidas não são inclusivas.
Manuel Nunes Júnior realçou que o mundo moderno não vive sem grandes talentos, porque sem eles não há inovação, nem crescimento.
O governante lembrou que a diversificação da economia é um imperativo nacional, um processo que está em curso, mas que precisa atingir maior velocidade, dependendo dos níveis de produtividade e dos factores de produção.
"Um dos factores de produção é o capital humano, porque só com um capital humano adequado conseguiremos atingir os níveis de organização, produção e inovação necessários para o desenvolvimento sustentável da nossa base produtiva”, frisou.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica notou que na falta de um nível de capital humano adequado não se vai conseguir alcançar os níveis de eficiência e de competitividade necessários para uma economia dinâmica, forte e inovadora, capaz de proporcionar aos angolanos os mais altos padrões de vida compatíveis com o nível de riqueza gerada pela sociedade.
Manuel Nunes Júnior informou que as políticas em curso no país levam à consolidação do Estado Democrático e de Direito, de modo a que nenhum cidadão se sinta acima da lei.
"No sentido da edificação de uma sociedade em que impere um ambiente de competição e inovação entre os seus membros é fundamental que surjam talentos no nosso país nos vários domínios”, recomendou.
Sobre a mudança de paradigma, Manuel Nunes Júnior considerou que o Estado se deve concentrar nas actividades de regulação económica e de coordenação do desenvolvimento e converter o sector privado no motor do crescimento económico do país.
O governante explicou que as acções do sector privado vão diminuir o peso do sector dos Petróleos no PIB e assim poder ter-se, no país, uma economia que consiga exibir níveis de crescimento sustentados ao longo do tempo e baseada em critérios de competitividade e de eficiência.
"Não poderemos ter níveis sustentados de crescimento económico do país ao longo do tempo quando o sector dos Petróleos representa mais de 95 por cento das nossas receitas de exportação e mais de 60 por cento das receitas fiscais”, informou.
Manuel Nunes Júnior disse que o estudo contém importantes recomendações de políticas para promover a actualização tecnológica e fortalecer a capacidade de inovação no país, nomeadamente a Estratégia de Longo Prazo Angola 2050 e o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica referiu que, com o estudo, procedeu-se à avaliação das políticas, normas e regulamentos de ciência, tecnologia e inovação, bem como da infra-estrutura e da capacidade de inovação ao nível empresarial e industrial.
No domínio da ciência e da inovação, o governante disse ser importante contar com os melhores do mundo de modo a proporcionar melhores ganhos, daí a solicitação da intervenção da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), apoio que serviu para a revisão da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, dada a sua larga experiência nestas matérias em processos similares de vários países.
Acrescentou que o processo de revisão da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação permite que as partes interessadas tenham uma compreensão clara dos principais pontos fortes e fracos do nosso sistema de inovação e contribuir para a identificação das prioridades estratégicas e opções políticas para o desenvolvimento.
Quando nos referimos das partes interessadas no ecossistema de inovação, disse, temos em conta todos os principais actores do mesmo, nomeadamente, as empresas, os empreendedores, o sistema de educação e ensino, o sistema científico, as Organizações Não-Governamentais e da sociedade civil, os cidadãos, em geral, e o Governo.
Fonte: Jornal de Angola