A pretensão foi manifestada pelo presidente do Conselho de Administração da Gesterra, Carlos Paim, quando prestava explicações detalhadas do projecto Quizenga Lutete, um empreendimento agrícola implantado numa área de cinco mil hectares destinados à produção de milho e soja.

O PCA da Gesterra considerou que o potencial hídrico da região de Capanda está a ser subaproveitado. Acrescentou que a região pode transformar-se numa das mais produtivas do país e quiçá de África, caso seja feito um aproveitamento sustentável das potencialidades dos recursos hídrico e eléctrico.

Carlos Paim esclareceu que a construção de um canal vai permitir que a região tenha terras irrigadas que possam produzir produtos de alta qualidade, exportáveis e fundamentalmente com resultados exponenciais, lembrando que a água é fundamental para o desenvolvimento de qualquer cultura.

A construção de um canal de irrigação que transportaria água a partir do rio Kwanza para toda a região do pólo de Capanda, disse, pode potenciar cerca de 30 mil hectares para a produção de cereais, citrinos, entre outras culturas alimentares importantes para a exportação.

"A nossa solicitação, graças a Deus, foi bem acolhida e esperamos que seja materializada essa intenção de transformar o Pólo Agro-industrial de Capanda num verdadeiro centro de desenvolvimento agro-pecuário e de desenvolvimento rural da região”, afirmou.

Segundo Carlos Paim, o Presidente da República baixou orientações para se continuar a trabalhar em termos de estudos e projectos sobre o canal de irrigação do Pólo de Capanda.

O presidente do Conselho de Administração da Gesterra defendeu a criação de um instituto superior agrário na comuna de Quizenga, para aproveitar não só o potencial agrícola de que dispõe, mas também a inserção dos jovens que concluem a formação agrária do país e sem condições para continuarem os seus estudos.

O almejado instituto vai permitir conciliar os aspectos ligados à docência, produção agrícola e investigação.

Actualmente, a Fazenda Quizenga Lutete trabalha com 50 jovens inseridos no processo de produção e está prevista a formação de mais 70 outros, que vão entrar na segunda fase do projecto.

Criado em 2019, o empreendimento agrícola começou a produzir a partir de Setembro do ano passado e está implantado numa área de cinco mil hectares e criou 190 postos de trabalho para jovens da região de Cacuso.

Para a presente campanha agrícola estão a ser preparados 485 hectares para beneficiar as famílias camponesas da comuna de Quizenga, que devem contar com um crédito do BDA e de assistência técnica do Ministério da Agricultura e Florestas, segundo Carlos Paim. No presente ano agrícola, prevê-se colher 11 mil toneladas de milho e três mil de soja. No ano agrícola passado, a fazenda produziu sete mil toneladas de milho e duas mil de soja.

Fonte: Jornal de Angola.