O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária informou, em Luanda, que o Governo angolano tem estado a incentivar atracção de investimento estrangeiro, com o objectivo de garantir a segurança alimentar no país.
Castro Paulino Camarada que interveio no encontro que manteve com o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, referiu que a produção interna garante actualmente 35% das necessidades alimentares do país.
O governante disse que o remanescente da maior parte dos produtos consumidos no país é coberto pela importação que ronda os três mil milhões de dólares por ano.
O responsável afirmou que com essas despesas, o país não tem condições para continuar a manter os actuais níveis de importações. Castro Camarada adiantou que, para a redução da importação, o Executivo desenvolveu vários programas que visam estimular a produção, como o Programa de Fomento de Produção de Grão (PLANAGRÃO) e o de Produção Pecuária (PLANAPECUÁRIA), bem como para o fomento das culturas de café, caju, cacau, palmar e diversas fruteiras tropicais.
O secretário de Estado para Agricultura e Pecuária disse que, no caso específico do PLANAGRÃO, foram mapeados 30 mil hectares, que permitiram elevar entre 120 e 140 mil disponíveis para os empresários e produtores brasileiros investirem.
Destacou que com a projecção destes projectos, o objectivo do Governo é acelerar a produção de milho, arroz, trigo, soja, café, frutas, cana-de- açúcar, carne de aves, suínos, bovinos e caprinos. Para o alcance desse plano é necessário investimento estrangeiro.
Castro Camarada defendeu, durante o encontro que a necessidade do Governo é reforçar as parcerias estratégicas que vão permitir a atracção de mais investimentos direccionados para a cadeia de valor de várias culturas que constam nos programas definidos pelo Executivo para assegurar a produção interna.
O governante disse que o objectivo do país é possuir unidades de conservação e processamento agro-industrial, matadouros, fábricas de agro químicos, equipamentos de rega, entre outros factores de produção, um desafio, que espera contar com o apoio do Governo do Brasil.
"Precisamos de investimento necessário para desenvolvermos toda a cadeia de valor com garantias na segurança alimentar, tendo em conta as necessidades do país", sublinhou, acrescentando que, no âmbito da segurança alimentar, o país aprovou, este ano, a segunda "Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional" (ENSAN IIª), 2025-2034, um instrumento que representa o compromisso do Governo em assegurar o direito humano à alimentação, principalmente, por via da produção nacional.
"Temos um défice na produção do arroz, à volta de 50 mil toneladas de produção, com uma necessidade na ordem das 250 a 300 mil toneladas. O outro desafio é a produção de corte de frango no país", frisou,
O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro considerou que Angola é um país promissor e credor cumpridor dos seus compromissos. Para o governante brasileiro, Angola por ser cumpridor pode obter crédito do Banco do Brasil, desde que o investimento seja aplicado para o desenvolvimento da indústria e produção nacional.