A garantia foi dada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, nesta sexta-feira, 31 de Janeiro, no final da visita de constatação do funcionamento do Pólo Agro-Industrial da Quiminha, localizado na província do Icolo e Bengo.
Segundo José de Lima Massano, não há água suficiente para se explorar os campos. Vai havendo alguma produção, mas muito aquém das capacidades que estão instaladas e dos investimentos que foram realizados.
O ministro de Estado considerou o Pólo Agro-Industrial da Quiminha "muito importante” para toda a estratégia relacionada com a segurança alimentar, razão pela qual a intenção é ter a unidade a trabalhar em pleno, com sentido de urgência.
José de Lima Massano deu a conhecer que se fez uma importação complementar à produção nacional de milho e soja, que está agora no Porto de Luanda, e que a partir da próxima semana as máquinas para a produção de frango e de ração entrarão em funcionamento, o que permitirá uma oferta maior dos produtos a preços competitivos, para continuar a estimular a produção no país.
O Estado vai continuar a fazer o seu papel no domínio das infra-estruturas, garantiu, com investimentos que permitam que os negócios possam acontecer com segurança, sustentabilidade e previsibilidade na oferta de água, luz e estradas.
Aos operadores económicos, particularmente os do sector empresarial privado, apelou à determinação para a superação conjunta (com o Estado) das dificuldades, contando que será possível fazer melhor para o sector.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Gesterra, Carlos Paim, afirmou que apesar das limitações de água, no ano agrícola findo, produziu-se cerca de duas mil toneladas de produtos diversos, entre tomate, repolho, pimento, beringela e cerca de mil e quinhentas toneladas de milho.
Se o problema da água for resolvido, Carlos Paim pensa ser possível atingir cerca de 15 mil toneladas no ano agrícola 2025 e 25 mil em 2026 de produtos diversos.
O Pólo Agro-Industrial da Quiminha, com uma área territorial de aproximadamente cinco mil hectares, tem cerca de 300 fazendas, devidamente estruturadas, sendo um activo importante para o desenvolvimento da agricultura.
A zona está dotada de um conjunto de infra-estruturas que abrangem o sistema de captação, adução e armazenamento de água, sistema de transporte e fornecimento de energia, a partir da rede eléctrica nacional, rede viária, aldeia agrícola, centro de formação e treinamento, centro cívico, centro logístico, aviários, casas de sombra, pivots centrais e fábrica de rações.
VISITA AO ENTREPOSTO ADUANEIRO
Num outro momento, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, foi constatar as condições do Entreposto Aduaneiro de Angola, localizado na estrada direita de Cacuaco, na província de Luanda.
O Entreposto Aduaneiro de Angola é a empresa gestora da Reserva Estratégica Alimentar (REA), um projecto lançado pelo Governo com objectivo de assegurar o abastecimento de certos produtos fulcrais na dieta nacional, garantir a segurança alimentar dos consumidores, assim como a estocagem de produtos no mercado em situação de calamidade, crise generalizada ou fecho dos canais internacionais de importação.
Falando à imprensa, no final da visita, o ministro do Comércio e Indústria, Rui de Oliveira, que integrou a delegação, afirmou que neste momento os armazéns do Entreposto Aduaneiro encontram-se vazios devido a um trabalho em curso de reorganização.
Rui de Oliveira frisou que estão a ser activadas algumas áreas de trabalho, quer de importação de alguns produtos ainda sem capacidade de produção local, quer também uma linha de empacotamento.
O ministro assegurou que o governo vai fazer a sua parte, na reserva estratégica alimentar, garantindo que tudo que seja produzido não se perca e que haja condições para que todos os produtores de alimentos básicos para a segurança alimentar tenham sempre um comprador, que será a Reserva Estratégica Alimentar.
Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração do Entreposto Aduaneiro, Adriano de Carvalho, sublinhou que foi reabilitada, recentemente, uma linha de empacotamento de grãos, essencialmente de produtos nacionais como feijão, arroz, bem como de açúcar em quantidades não muito significativas.
"A nossa intenção é multiplicarmos essa capacidade, não só em Luanda, mas também nas (outras) províncias, porque o entreposto também está representado em algumas províncias”, sublinhou Adriano de Carvalho.
Participou na visita ao Pólo Agro-Industrial da Quiminha e ao Entreposto Aduaneiro, além do ministro de Estado para a Coordenação Económica e do ministro do Comércio e Indústria, o secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos, Milton dos Santos Reis.
Também fizeram parte da comitiva os secretários de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, das Águas, António da Costa, para a Agricultura e Pecuária, Castro Camarada, bem como outras individualidades ligadas aos sectores da Agricultura, Comércio e Indústria.
Fonte: Portal Cipra.