Mais 30 profissionais angolanos da área da saúde viajaram na quarta-feira, dia 1 de Outubro, para formações especializadas no Brasil e em Portugal, no âmbito do Projecto “Human Resources Capacity for Universal Health Coverage in Angola”, financiado pelo Banco Mundial.
No projecto implementado pelo Ministério da Saúde de Angola, através da Unidade de Implementação do Projecto (UIP), 26 profissionais de enfermagem seguem para o Brasil, onde irão frequentar uma formação intensiva em Infecciologia, com duração de três meses, na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior em saúde da América Latina.
O programa inclui módulos teóricos e práticos, com estágios clínicos em unidades de saúde de referência no tratamento e controlo de doenças infecciosas, segundo um comunicado de imprensa.
Além deste grupo, adianta a nota, partem também quatro bolseiros para formações de nível de mestrado no Brasil e em Portugal, com duração de dois anos.
Kumbekembe Etelvina Meneses David Pedro, técnico de diagnóstico e terapêutica do Instituto Nacional de Investigação em Saúde, foi admitido no Mestrado Profissional em Vigilância e Controlo de Vectores, no Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), no Rio de Janeiro, Brasil.
Albertina Miguel Pereira da Silva Cardoso, técnica superior de saúde ambiental da Direcção Nacional de Saúde Pública, inicia o Mestrado em Saúde e Ambiente na Universidade de Aveiro, Portugal.
Aldemiro Luciano Capitã Cassivila, médico da Direcção Municipal de Saúde do Talatona, frequentará o Mestrado em Cuidados de Saúde Primários na Universidade do Porto, Portugal;
Moisés Lourenço Dembo, técnico de diagnóstico e terapêutica do Instituto Nacional de Investigação em Saúde, integrará o Mestrado em Ciências Biomédicas no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, Portugal.
Este grupo junta-se aos 23 profissionais que viajaram na semana anterior, totalizando 53 bolseiros em infecciologia mobilizados até ao momento, no quadro do reforço da resposta nacional às doenças infecciosas, uma prioridade estratégica identificada no Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS), que aponta que cerca de 50% dos problemas de saúde em Angola estão relacionados com patologias do fórum infeccioso.
Durante a cerimónia de despedida, realizada terça-feira, em Luanda, o coordenador e Gestor Técnico do Projecto, Job Monteiro, destacou que a especialização em Infecciologia é vital para a realidade sanitária de Angola, onde persistem surtos e doenças endémicas.
"Esta formação representa uma resposta estratégica e visionária, preparando profissionais capazes de intervir com competência nas áreas de diagnóstico, controlo e prevenção de doenças infecciosas", acrescentou.
Disse que este projecto visa materializar a directiva da tutela, que prevê que 20% dos nossos profissionais de saúde recebam formação fora do país.
Durante a recente inauguração do Complexo Hospitalar General-de-Exército Pedro Maria Tonha “Pedalé”, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta afirmou que “Não há sistema de saúde funcional sem quadros devidamente capacitados. Esta formação no Brasil faz parte da nossa visão de longo prazo para garantir uma resposta eficaz, ética e cientificamente sustentada aos desafios da saúde pública em Angola".