A ministra fez tais declarações durante a abertura da II Conferência Nacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que decorreu sob o lema: Ampliando a liderança de pessoas com deficiência para um futuro inclusivo e sustentável, destacando a importância da educação e da sensibilização da sociedade para combater preconceitos e estigmas, especialmente aqueles enfrentados por mulheres e meninas com deficiência, atrasando mais o processo de inclusão social.
"A inclusão não deve ser vista apenas como uma questão de justiça social, mas também como um investimento estratégico para o futuro do país”, defendeu a governante.
Para a ministra de Estado, ao incluir as pessoas com deficiência está-se a construir uma sociedade mais forte, próspera e justa para todos os angolanos.
Maria do Rosário Bragança sublinhou que a inclusão não beneficia, apenas, as pessoas directamente envolvidas, mas também fortalece a economia nacional, permitindo que as pessoas com deficiência contribuam com talentos e habilidades no mercado de trabalho.
Embora reconheça os avanços alcançados, a ministra sublinhou que há, ainda, muito a ser feito, para se alcançar a verdadeira inclusão. "Cada passo dado nessa missão não deve ser visto como uma conquista final, mas como um lembrete de que há muito trabalho por fazer”, destacou.
O evento teve o objectivo de debater formas de promoção, protecção e garantia de direitos, com oportunidades plenas e igualitárias para todas as pessoas com deficiência, além de fomentar o respeito pela dignidade humana.
Entre os desafios apontados, a ministra de Estado para Área Social avançou a falta de infra-estruturas acessíveis em locais de trabalho, o difícil acesso a financiamentos e as barreiras culturais e sociais que perpectuam a discriminação.
Lembrou que a acessibilidade deve ir além das adaptações físicas, incluindo também comunicação e tecnologias assertivas, como legendas, Auto-descrição e formação de intérpretes de Língua Gestual nos vários níveis de ensino.
Esforço Conjunto
A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Ana Paula do Sacramento Neto, reforçou que a inclusão requer esforços conjuntos de esforços de diferentes sectores da sociedade.
Ana Paula do Sacramento Neto destacou ainda a necessidade de preparar as famílias para apoiar pessoas com deficiência e garantir que tenham acesso à educação, emprego e serviços essenciais.
A ministra disse que o Governo está a implementar programas de capacitação em Linguagem Gestual Angolana (LGA) para profissionais de diversas áreas, incluindo Saúde, Educação e Segurança Pública, com o objectivo de facilitar a comunicação e reduzir as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência auditiva e outras.
A conferência contou com três painéis em que discutiram temas como: Avaliação do grau de deficiência; Requisitos para obtenção, o acesso da pessoa com deficiência ao mercado de trabalho formal de trabalho verso sistema de finalização do regulamento de reservas de vagas; a avaliação interministerial sobre implementação das políticas aprovadas a favor da pessoa com deficiência e o Plano de Inclusão e Apoio às Pessoas com Deficiência (PLANIAPED).
Foram ainda abordados o Programa de Apoio Social que conta com os mecanismos de inclusão da pessoa com deficiência no Programa de Transferências Sociais Monetárias Kwenda, Desafios da mulher e rapariga com deficiência no acesso aos Serviços de Saúde, o papel da Mídia no processo de Inclusão Social da pessoa com deficiência.
No final foram também discutidos outros temas ligados à Educação Inclusiva em Angola-Estratégia e desafios, os mecanismos de monitorização da acessibilidade nas zonas urbanas e Peri-Urbanas e a participação de Pessoas com Deficiência na Vida cultural, recreativa e desportiva como factor de inclusão social.
O evento reuniu representantes do Governo com destaque dos secretários de Estado, da Comunicação Social, do Urbanismo e Habitação, dos Desportos, do Ensino Pré-escolar e Ensino Primário, para a Área Hospitalar, vice-governadores, associações e sociedade civil.
Fonte:Jornal de Angola