O ministro destaca que o crescimento económico em Angola vai ser impulsionado, principalmente, pelo desempenho do sector petrolífero.
Espera-se, contudo, que o crescimento do sector petrolífero, durante o período de previsão (2023-2027), seja em média de 1 por cento, enquanto o sector não petrolífero deve crescer 4,6 por cento.
De acordo com o ministro Mário Caetano João, a diminuição da produção de petróleo e o impulso fiscal reduzido devem moderar o crescimento económico angolano em 2023, ficando ligeiramente abaixo do crescimento populacional projectado para o país e que é de 3,1 por cento.
Apesar desta contracção, as recentes descobertas no país deverão atrair mais investimentos para o sector petrolífero de Angola. Isso já está, aliás, claramente expresso nos esforços de exploração de petróleo e gás feitos pela ExxonMobil, uma das maiores companhias mundiais do sector, e que resultou na descoberta de 30m de arenito de alta qualidade contendo hidrocarbonetos.
E no ano passado, outra das grandes empresas mundiais de energia, a Total Energies, anunciou a intenção de investir 3 mil milhões de dólares em Angola em projectos relacionados com a exploração de petróleo.
Com a economia do país intrinsecamente ligada à procura global de petróleo, a subida do preço do barril, em 2022, possibilitou uma valorização do Kwanza em 26,2 por cento, enquanto o alargamento da tributação fiscal serviu para fortalecer a procura interna e gerar um crescimento do consumo privado, na ordem dos 5 por cento.
As reformas económicas implementadas em Angola nos últimos cinco anos permitiram ao país melhorar a gestão macroeconómica e a governação do sector público.
A estabilidade económica assenta em vários factores, como sejam um regime cambial mais flexível, a autonomia do banco central, políticas monetárias favoráveis ao investimento e uma consolidação fiscal com alargamento da base tributária.
A promoção de uma maior participação do sector privado na economia angolana tende a aumentar a estabilidade financeira, reduzindo, em simultâneo, o impacto da volatilidade que as conjunturas internacionais provocam no sector petrolífero.
O Banco Mundial sublinha que, para que Angola transforme a sua economia rumo a um modelo mais sustentável, inclusivo e liderado pelo sector privado, o país necessita de um forte compromisso político para modernizar e diversificar a sua economia estatal - que é financiada pelo petróleo de forma a melhorar a gestão macroeconómica e a governança do sector público.
Ainda assim, os próximos projectos de gás natural e de energia renovável oferecem oportunidades de diversificação, permitindo que a economia angolana cresça com energia sustentável.
Fonte: Jornal de Angola.