João Lourenço fez a afirmação na sede das Nações Unidas, durante o segundo e último dia da Cimeira do Futuro, que teve como objectivo principal a busca de um novo consenso internacional para fazer face aos desafios críticos e a resolução das lacunas na governação global.
O Chefe de Estado considerou, ainda, o Pacto para o Futuro um verdadeiro ponto de viragem para uma abordagem mais dinâmica, comprometida, engajada e assertiva para questões importantes da Humanidade. Defendeu que na implementação deste roteiro global "não podemos deixar de fora a juventude e as mulheres”, por serem "motores vitais de transformação e modernização da Humanidade”.
"É nossa convicção de que o compromisso político que assumimos, aqui, contribuirá, decisivamente, para que o mundo consiga reunir os recursos necessários ao financiamento para o desenvolvimento sustentável e aos esforços de construção de uma nova arquitectura de paz, tendo, sempre, no centro da nossa abordagem, a defesa dos direitos humanos, da igualdade de género e do imperativo de não se deixar ninguém para trás”, ressaltou o estadista angolano.
Na nossa investida, em torno da construção de um futuro sustentável para todos, prosseguiu o Chefe de Estado, devemos colocar, também, como ponto importante, o incremento da luta a favor da erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema.
O estadista angolano considerou a pobreza extrema o maior desafio global do "nosso tempo” e um requisito indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável, a segurança alimentar, o acesso à energia, a conectividade digital, a educação, o emprego e a protecção social.
João Lourenço disse que será difícil realizar as ambições comuns do mundo, para o futuro e enfrentar este grande desafio, sem colocar as pessoas mais pobres e vulneráveis no centro das acções e garantir, desta forma, que nenhum ser humano ou país fique para trás.
No domínio da Paz e Segurança, o Presidente da República disse ser necessário evoluir para uma arquitectura de paz em que o princípio da segurança partilhada seja defendido e protegido por todos, de modo que nenhum cidadão, Estado, região ou zona geográfica se sinta protegida à custa da insegurança de outros. Referiu não ser possível construir-se um mundo equilibrado, seguro e sustentável, em que a dignidade e o acesso às oportunidades sejam um benefício exclusivo de um pequeno grupo de privilegiados, em detrimento da maioria da população mundial.
João Lourenço defendeu, por outro lado, a necessidade de se alcançar consensos sobre a reforma da arquitectura financeira mundial e da arquitectura da dívida soberana mundial, por ser crucial para que se tenha um sistema financeiro internacional mais justo e capaz de servir, também, os interesses dos países em desenvolvimento.
O Chefe de Estado sublinhou a aposta "decisiva e responsável” do país, nos últimos tempos, na questão da transição da economia, para a digitalização de todos os processos que a envolvem.
"Estamos convencidos de que, ao darmos este passo, colocaremos as nossas populações e instituições mais próximas e vincula-las nos mecanismos mais modernos de interconexão global da economia e do comércio, reduzindo, assim, as barreiras geográficas que a economia tradicional impõe”, frisou.
O Chefe de Estado terminou a sua intervenção, neste encontro histórico, desejando que o mesmo contribua para que haja uma maior coordenação na governação económica global, tendo em vista a redução das desigualdades entre os Estados e a promoção de um desenvolvimento sustentável e sustentado, que resolva os problemas da pobreza, da fome, da desnutrição, da insegurança e de outros males que afectam a sobrevivência das populações mais vulneráveis em todo o mundo.
Líderes adoptam por consenso Pacto para o Futuro do Planeta
Os líderes mundiais adoptaram, no domingo, o Pacto para o Futuro, uma declaração histórica que promete acções concretas para um mundo mais seguro, pacífico, sustentável e inclusivo para as gerações futuras.
O documento, juntamente com os seus anexos, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras, foi adoptado por consenso, apesar de uma proposta de emenda de última hora apresentada por alguns países, incluindo a Rússia, Irão, República Popular Democrática da Coreia e Síria.
Fonte: Jornal de Angola.