O Chefe de Estado, que discursava na abertura da 4ª edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola e 9ª do Fórum Nacional dos Municípios e Cidades de Angola, fez referência à crise alimentar mundial que continua na ordem do dia da agenda global.
Sublinhou o facto do conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia agravar a crise alimentar mundial, por envolver dois dos principais produtores e fornecedores de cereais para o mundo.
Segundo o Chefe de Estado, Angola não é uma excepção diante a crise alimentar mundial e o momento não é de lamentações, muito menos de apontar o dedo a quem quer que seja.
Referiu que, face ao conflito Rússia-Ucrânia, o preço dos alimentos de maior consumo, como cereais e não só, vem subindo em todo mundo, com tendência a piorar.
Nesta perspectiva o Presidente da República frisou, que Angola precisa tirar maior proveito possível da abundância e qualidade dos seus solos aráveis, do bom clima, dos imensuráveis recursos hídricos de que o país dispõe e dos recursos humanos jovens para transformar essa riqueza potencial em riqueza real.
"A crise é global e afecta a todos”, exprimiu o Titular do Poder Executivo, afirmando ser este o momento de o Estado reaver as terras que se encontram há décadas na posse dos cidadãos que não as exploram e distribuí-las a quem esteja disposto a trabalhar nelas.
Na sua visão, esses terrenos abandonados devem ser atribuídos aos jovens que se encontram ansiosos nas grandes cidades e queiram experimentar outra realidade, que vai dar mais dignidade as suas vidas.
Segundo João Lourenço, dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura apontam a região da África Subsaariana como a mais atingida pela crise alimentar, onde está a maioria dos países nesta situação.
O Estadista angolano reiterou, o compromisso do Executivo a desenvolver estratégias para criar um bom ambiente de negócios, diversificar a economia, aumentar a produção nacional, as exportações e reduzir as importações.
Reafirmou igualmente o compromisso do Estado de aumentar as ofertas de oportunidades e postos de trabalho.
O Presidente da República recomendou ainda ao sector bancário para colocar no centro das prioridades a necessidade premente de financiamento à economia real, sem que, para tal, seja necessário um aviso do regulador, porque sem o impulso da banca a economia não cresce.
A terminar, João Lourenço felicitou a organização da Feira, almejando que a edição sirva de um verdadeiro palco onde os diferentes agentes económicos e actores da sociedade civil discutam temas que visam promover as potencialidades e o mosaico cultural existentes no país.
"É nossa convicção que esta plataforma será um espaço permanente de reflexão, análise e troca de experiências sobre os desafios da administração local da avaliação do modelo de desenvolvimento dos nossos municípios que permitirá identificar caminhos seguros e sustentáveis de dinamização da economia local, com impacto na vida das famílias e das empresas”, sublinhou.
Após o corte simbólico da fita da inauguração do certame, o Presidente acompanhado da Primeira Dama, Ana Dias Lourenço, e de membros do Executivo percorreu os pavilhões onde estão expostos diversos produtos nacionais.
Virada para o desenvolvimento sócio-económico do país e para a diversificação da economia, a Feira dos Municípios reúne exposições das 164 administrações municipais, dos 18 governos provinciais, de ministérios e de institutos públicos.
Fonte: Angop.