A representante do Sindicato Provincial dos Trabalhadores de Feiras e Comércio Informal (também agrupa as mulheres zungueiras) disse ter pontualizado o Chefe de Estado sobre as principais preocupações ligadas ao exercício quotidiano das vendedoras de rua, com realce aos desentendimentos com fiscais e agentes da Ordem Pública.
Em declarações aos jornalistas, após o encontro com o Chefe de Estado, no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, Inês Lano Neto disse ter informado ao Presidente João Lourenço as perdas diárias registadas pelas zungueiras no decurso das vendas, incluindo a falta de equilíbrio no preço dos produtos da cesta básica, o que, em sua opinião, torna ainda mais difícil a actividade das mesmas.
"O Presidente da República pediu para o Sindicato trabalhar com o Executivo, para uma melhor organização da actividade das zungueiras”, referiu a sindicalista, que também se mostrou apologista de que as zungueiras sejam filiadas na organização como forma de beneficiarem, futuramente, das vantagens da Segurança Social.
Por sua vez, a vice-presidente do Comité Nacional de Mulheres Sindicalizadas da UNTA- CS, Rosa Linda Vieira, que também participou no encontro, considerou positiva a iniciativa de diálogo promovida pelo Chefe de Estado. "Notámos que o Presidente da República tomou boa nota para a resolução dos problemas que mais afligem as mulheres zungueiras”, disse.
Rosa Linda Vieira disse ter solicitado a influência do Presidente da República para a resolução da problemática dos microcréditos, sobretudo, a favor das mulheres zungueiras, pois a "subida vertiginosa” do preço dos produtos da cesta básica acaba, também, por afectar no rendimento dos negócios.CNJ acredita nas reformas económicas do Executivo
O representante do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, disse acreditar nas reformas que o Presidente da República efectua ao nível da economia, argumentando que vão trazer melhores momentos para o país, principalmente na empregabilidade, fomento do empreendedorismo e resolução de questões que podem contribuir para a erradicação da fome e pobreza em todo o território nacional.
"Vamos apelar aos jovens no sentido de se manterem esperançosos com as reformas adoptadas pelo Presidente da República, porque vão trazer bons ganhos nos próximos tempos”, enfatizou Isaías Kalunga, frisando ter passado em revista com o Titular do Poder Executivo aspectos referentes à nova estrutura do CNJ, também presente em 17 países, para promover, sobretudo, a imagem do país.
UNAC propõe reabilitação da Tourada
O presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), José Moreno, disse ter proposto ao Chefe de Estado a reabilitação do edifício da Tourada, com o objectivo de ser colocado ao serviço da comunidade nos domínios da Música, Dança, Teatro, Cinema e Artes Plásticas.
José Moreno manifestou a preocupação pela degradação contínua do espaço, localizado no bairro da Calemba, em Luanda, devido ao mau uso, salientando que a infra-estrutura data dos anos 70 e actualmente está transformado num "antro de cidadãos praticantes de actos anti-sociais”.
Com o Chefe de Estado, o responsável da UNAC disse também ter analisado a necessidade da introdução no currículo escolar da disciplina de Canto Coral, como forma de as crianças executarem as capacidades vocais, bem como do Executivo contemplar os artistas com residência nas várias centralidades e serem pagas pela via de renda resolúvel.
"Colocamos muitas questões ao Chefe de Estado e saímos do encontro conscientes de termos apresentado e analisado situações estruturantes, que têm a ver não só com a vida profissional dos cerca de seis mil artistas angolanos, filiados na UNAC, mas também de outros ligados à actividade artística como fonte de rendimento para as famílias”, referiu.
Comunidade San apoia João Lourenço
O representante da Organização Cristã de Apoio ao Desenvolvimento Comunitário (Minorias Étnicas), Benedito Kesongue, ressaltou a "contínua preocupação e compromisso” do Chefe de Estado para com as minorias angolanas, sobretudo a comunidade Khoisan, que habita nos municípios de Cacula e Quipungo, na província da Huíla.
"O Presidente da República há muito tem estado preocupado com a situação das minorias no país. Por exemplo, em 2018, recebeu um grupo da comunidade San, do município do Quipungo, que apresentou alguns projectos que já estão a ser executados naquela localidade”, referiu Benedito Kesongue, salientando que durante o encontro o Chefe de Estado encorajou a organização a prosseguir com o trabalho da defesa da comunidade Khoisan.
Benedito Kesongue disse ainda ter apresentado ao Chefe de Estado os desafios e estratégias da organização, indicando que doravante "haverá novo impulso no trabalho com a comunidade San”.
O líder da organização religiosa elogiou, também, a iniciativa de diálogo do Presidente João Lourenço, consubstanciada na avaliação e resolução da crise social no país, ao mesmo tempo que informou que a comunidade Khoisan não deve ser vista da mesma maneira. "Existem membros da comunidade que beneficiam de projectos sociais, produtivos e troca de experiências e estão numa situação económica razoável, bem como as desprovidas de assistência social, que se encontram numa situação de pobreza”, informou.
Caimaneros reclamam por empregabilidade
O líder da Associação dos ex-Estudantes Angolanos em Cuba (Caimaneros), Pedro Neto, disse que abordou com o Presidente da República vários assuntos, destacando a empregabilidade dos filiados. "Deixamos propostas concretas ao Presidente da República, que se mostrou disponível para apoiar as principais preocupações apresentadas”, afirmou.
Pedro Neto informou que a Associação dos ex-Estudantes Angolanos em Cuba congrega várias especialidades e um vasto capital humano, realçando, por isso, que as propostas assentam nos sectores da Saúde, Educação e Agricultura.
Por sua vez, o presidente da União dos Estudantes Angolanos (UEA), Mário Fernandes, destacou, entre os assuntos abordados com o Chefe de Estado, a necessidade de maior comunicação entre responsáveis do Ministério da Educação e do Ensino Superior com os sindicatos de professores, para se evitarem as "sucessivas greves”, que apenas penalizam os estudantes.
Com o Presidente da República, o líder da UEA apontou que abordou ainda a morosidade do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) em homologar documentos. Ao nível do sector da Educação, indicou as dificuldades dos estudantes obterem os certificados ou declarações no final de cada etapa formativa.
Mário Fernandes informou que o encontro com o Chefe de Estado foi ainda aproveitado para avaliar o processo de desanexação dos terrenos, em curso ao nível do Campus Universitário, em Luanda. "Sugerimos um melhor acompanhamento do processo e a necessidade urgente da conclusão das obras no Campus”, referiu o representante da UEA, que também manifestou ao Titular do Poder Executivo preocupações sobre a falta de segurança nas escolas e a necessidade de serem melhorados a merenda e os manuais escolares.
Ao nível do Ensino Superior, o responsável da UEA, pontualizou ao Chefe de Estado a falta de vagas nas universidades, ao mesmo tempo que sugeriu a criação de melhores condições de trabalho e salariais para evitar a fuga dos docentes para outros sectores que oferecem oportunidades mais vantajosas.
Todos os encontros foram testemunhados pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote.
Fonte:Jornal de Angola.