Ao discursar no acto central das comemorações do 47º aniversário da Marinha de Guerra Angolana (MGA), o também Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas afirmou que o início da construção de navios de guerra em Angola poderá constituir-se em embrião para a indústria naval angolana.
João Lourenço sublinhou que o país deve investir, também, em mais bases marítimas para albergar a frota que tende a crescer em número e tamanho das embarcações.
Referiu que a Nova Base Naval do Soyo vai contribuir, de forma significativa, para o combate ao tráfico de combustível, uma prática que disse estar muito presente naquela região do país.
No discurso oficial sobre a inauguração da Nova Base Naval do Soyo e da comemoração dos 47 anos de existência da Marinha de Guerra de Angola, o Presidente da República reforçou, a propósito, que o país deve investir em mais bases marítimas, para albergar estas frotas, bem como investir, igualmente, num estaleiro naval para a manutenção das frotas e iniciar a construção de navios de guerra em Angola, que disse ser embrião da indústria naval angolana.
O Chefe de Estado felicitou todos os oficiais, almirantes, oficiais generais, sargentos, marinheiros e trabalhadores civis da Marinha de Guerra Angolana, pela passagem de mais um aniversário do ramo. Informou que estes investimentos vão ser extensivos a outros ramos das FAA.
Investimento nas FAA
O Presidente da República fez saber, no seu discurso, que o país foi confrontado, desde os primórdios da existência como nação, com a necessidade de investir na criação e fortalecimento das Forças Armadas, para garantir a defesa da Independência e da soberania nacional.
Fruto dessa e do heroísmo dos seus filhos e filhas, adiantou que, desde o dia do seu nascimento, a 11 de Novembro de 1975, o país soube enfrentar e vencer todas as agressões externas de que foi vítima a partir daquela data, derrotando e expulsando o exército do regime do apartheid da África do Sul, o que disse ter representado um contributo válido e determinante à luta dos povos para a libertação da África Austral.
Com o alcance da paz, salientou que o Estado angolano começou a prestar uma atenção, cada vez maior, à necessidade de fortalecer a Marinha de Guerra Angolana, com infra-estruturas em terra, embarcações marítimas de todas as categorias e sistemas de vigilância marítima para proteger a imensa costa, que se estende por cerca de 1.650 quilómetros.
O Chefe de Estado frisou ser neste quadro que se inaugurou ontem a Nova Base Naval do Soyo, para servir a Região Naval Norte, bem como a exibição das embarcações de patrulha, intercepção e transporte militar, que disse constituírem parte de um lote dos meios contratados à empresa naval Privinvest Shipbulding Investments LLC, ao abrigo do Despacho Presidencial n. 258/16 de 29 de Agosto do ano de 2016.
Localização geográfica de Angola
O Chefe de Estado referiu que, pela sua localização geográfica, Angola e outros Estados das regiões Central e Austral de África devem estar preparados para contribuir na segurança do Golfo da Guiné, por ser uma rota marítima importante para o comércio internacional. Disse estar a acompanhar, com bastante atenção e apreensão, o crescente deteriorar da paz e segurança em diferentes pontos do planeta, começando pela África, onde disse que o terrorismo e as insurgências de diferentes motivações ameaçam as populações e as já frágeis economias.
João Lourenço afirmou que algumas das consequências imediatas e mais visíveis dos conflitos armados são, além das elevadas mortes, o assustador número de deslocados internos, de refugiados em países vizinhos, de emigrantes manipulados por redes de tráfico humano, o aumento da fome, das doenças, da pobreza e da miséria.
Esclareceu que África, América Latina e a Ásia reclamam o direito de ocupar assentos, como membros permanentes do Conselho de Segurança, não apenas para defenderem os direitos dos respectivos povos, mas, também, para serem parte activa das decisões a tomar sobre os assuntos globais do planeta, como a paz e segurança, a segurança alimentar, a segurança energética, a saúde pública, o comércio internacional, o clima e a defesa do ambiente, entre outros.
Centros de Vigilância Marítima
O Chefe de Estado antes de descerrar a placa da inauguração da Nova Base Naval do Soyo visitou o Centro de Vigilância daquele município da província do Zaíre. Disse que as obras das instituições, localizadas no Lobito, em Benguela, e no Namibe, estão a bom ritmo.
Presidente da República esclarece contrato com a empresa Privinvest
O Presidente da República informou que antes de contratar a Privinvest, que disse ser um grupo empresarial, o Estado angolano fez a diligência prévia para conhecer as capacidades do contratado e ver se estava ou não à altura de honrar com os seus compromissos da mesma forma que o país honra com os seus, de pagar o custo dos equipamentos.
Dessa diligência feita, o Presidente da República ressaltou que a conclusão a que se chegou foi a de que se trata de um grupo empresarial idóneo, que tem estaleiros navais em França, Alemanha e no Reino Unido, que apetrecham as marinhas de guerra de muitos países europeus.
O Presidente da República esclareceu que nenhuma empresa do mundo tem o dever de reportar ao Fundo Monetário Internacional as suas dívidas, não importando com quem seja contraída, lembrando que apenas os Estados têm essa responsabilidade.
Fonte: Jornal de Angola.