• Presidente João Lourenço Testemunha Lançamento Da Construção Do Monumento Da Sadc


    O Presidente da República, João Lourenço, participou domingo, em Harare, no acto de lançamento do projecto de construção do Monumento de Preservação da História dos Povos da SADC e do continente africano.

    O lançamento do projecto de edificação da infra-estrutura, presenciado também pelos demais Chefes de Estado e de Governo da organização regional, à margem da 44ª Cimeira Ordinária, acolhida pelo Zimbabwe, encerrada domingo, vai comportar, ainda, o Museu de Libertação de África e a Praça da SADC.

    Durante a cerimónia, o Presidente em exercício da SADC e Chefe de Estado do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, que presidiu aos acto, exortou os Estados-Membros a disponibilizarem materiais e artefactos para o Museu de Libertação de África.

    "Este projecto continental, também chamado de Cidade da Libertação, é inspirado nas nossas histórias nacionais, pelo espírito do pan-africanismo. Por isso, queremos ter parte da história do nosso continente depositado, em prol das gerações de hoje e do futuro”, esclareceu Emmerson Mnangagwa, para quem o apoio dos Estados-Membros da SADC e de outros países africanos deve ser saudado, por terem permitido que se implantasse o projecto em Harare.

    O Presidente em exercício da SADC revelou, na ocasião, que o projecto está a ser gerido pelo Instituto de Conhecimento Africano, devendo o Governo do Zimbabwe continuar a usar os seus esforços e competência para retratar a narrativa do continente africano e da descolonização, conscientes de que "a história de África tem sido e continua a ser distorcida de forma deliberada, para servir os interesse dos nossos colonizadores”.

    Emmerson Mnangagwa disse ser imperioso garantir às novas gerações que a história do continente seja documentada de forma correcta, tendo assegurado, igualmente, ser a altura certa para os africanos terem os registos sobre o seu percurso muito bem guardados, "porque, se não o fizermos agora, a nossa geração será julgada, pelo desinteresse em relação à história que estava a ser falsificada”.

    A afirmação dos ideais da interpretação do continente africano, acrescentou o também Chefe de Estado do Zimbabwe, deve incorporar aquilo que caracteriza a descolonização dos respectivos países e da região, e não só, assim como do continente  africano.

    Secretário executivo realça a história de luta comum

    Para o secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Elias Magosi, o continente tem uma história de luta comum e um futuro comum de prosperidade, que deve ser preservado.

    "O Museu de Libertação de África vai reservar espaço para celebrar a contribuição de todas as nações que apoiaram a luta de libertação do nosso continente, para além de disponibilizar o espaço para todos os países que lutaram pela sua independência e para todos os países que prestaram o apoio à nossa causa”, disse o responsável pelo Secretariado da organização regional, assegurando que todos os Estados-Membros vão gozar de um local no Museu, para retratar a sua história de libertação.

    Elias Magosi referiu, também, que muito pode ser feito para se reconhecer os esforços de unidade e coesão da história comum e do futuro de África, justificando, por isso, a edificação da infra-estrutura, que vai integrar, ainda, a Praça de Libertação da África Austral, cujo objectivo visa eternizar o percurso histórico da região.

    "Nenhum país africano pode dizer que alcançou a libertação pelos seus próprios meios e nem pode afirmar que derrotou os colonizadores por si só, porque, como colectivo, estivemos nas trincheiras juntos”, enfatizou.

    "A nossa história deve servir de fonte de inspiração. Isso mostra que não há obstáculos que não podemos vencer, se trabalharmos juntos. Temos uma história de luta comum e um futuro comum de prosperidade”, acrescentou.

    A Praça de Libertação da África Austral, prosseguiu o secretário executivo da SADC, serve para preservar e promover a unidade e prosperidade do continente, realçando o facto de a África ter servido de berço da libertação de todos os Estados-membros da região.

    "Vai recordar-nos sobre a unidade que caracteriza a nossa busca pela liberdade”, reforçou Elias Magosi, para quem o Monumento da SADC vai simbolizar os momentos em que o continente pegou em armas para se libertar da opressão colonial”.

    "Juntos vamos recordar os heróicos esforços de pegar em armas e lutar contra os nossos inimigos contemporâneos, o subdesenvolvimento e as suas consequências, a fome e o acesso limitado à educação de qualidade, entre outras dificuldades”, destacou.

    O secretário executivo da SADC justificou, ainda, a iniciativa da organização, em erguer o Monumento, em cooperação com o Instituto de Conhecimento Africano, cuja assinatura do memorando aconteceu ontem, dada a importância de proporcionar a preservação da história do passado africano, marcado pelo ultrapassar de obstáculos difíceis de se transpor.

    Fonte: Jornal de Angola.