O Chefe de Estado manifestou, quinta-feira, ao homólogo da República Federal da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, interesse em ver o maior investimento privado alemão no país.
O Presidente da República, João Lourenço fez a revelação, em declarações proferidas aos jornalistas, após o encontro privado com o Estadista alemão, no âmbito da sua visita oficial de três dias, que cumpre em Angola.
“Do tête-à-tête que tivemos esta manhã (ontem), manifestei o interesse em ver o maior investimento privado alemão em Angola, nomeadamente no sector do Turismo, no sector das Indústrias de Produção de Medicamentos e de Vacinas, quer medicamentos e vacinas para consumo humano, como também para consumo animal, onde já temos um embrião a ser construído na província do Huambo”, disse o Presidente João Lourenço.
O Chefe de Estado assegurou, também, que os dois países têm pela frente um caminho bastante vasto por percorrer e que, “se soubermos aproveitar as oportunidades”, ambos vão sair a ganhar, “quer a Angola, quer a Alemanha”.
Durante a manhã de ontem, revelou, ainda, o Presidente João Lourenço, abordou com o homólogo Frank-Walter Steinmeier “alguns dos dossiês da Política Internacional”, concretamente dos principais conflitos e do momento difícil que o mundo vive nos dias de hoje.
“Houve, em princípio, uma perfeita identidade de pontos de vista entre o nosso país e a Alemanha”, explicou o Estadista angolano, sublinhando que Angola mantém “boas relações de amizade e de cooperação” com os alemães, desde 1979, que “temos sabido manter até aqui e reforçar”, acentuando que, com a visita do Presidente Frank-Walter Steinmeier, “as relações vão sair, ainda, mais reforçadas”.
Angola e Alemanha, acrescentou o Chefe de Estado, têm estado a cooperar em diferentes domínios de ambas as economias, destacando àqueles nos domínios do Transporte Aéreo, Agricultura e Saúde.
“Temos muitos hospitais que estão a ser construídos por empresas alemães, e mesmo aquelas que não são construídas por empresas alemães, temos vindo a equipá-las com equipamentos de empresas alemães, marcas famosas, e, de igual forma, no sector Energético, onde aquela que será a maior barragem hidroeléctrica do nosso país, que é a do Caculo Cabaça, vai ser equipada com turbinas geradoras de energia de uma empresa alemã”, esclareceu.
Empresários alemães
Durante o período de respostas às questões colocadas pelos jornalistas, o Presidente João Lourenço reforçou a importância do investimento de empresários alemães em Angola, enfatizando que “quanto maior for o nível da cooperação”, melhores serão os resultados que se vão reflectir, directamente, “no aumento exponencial da oferta de trabalho para os jovens”.
Para o Chefe de Estado angolano, a referência feita pelo Presidente Frank-Walter Steinmeier à formação técnico-profissional para a juventude é relevante, sobretudo para “estar melhor capacitada a ocupar as ofertas de emprego que possam aparecer no país”.
Quanto à atracção do investimento privado estrangeiro em Angola, João Lourenço asseverou que, “nos últimos anos, sem sombra de dúvidas, o ambiente de negócios melhorou consideravelmente”. Prova disso, acrescentou o Chefe de Estado, “é que temos empresas estrangeiras de peso”.
O Estadista angolano lamentou, por outro lado, o facto de o Presidente alemão, por razões de calendário, não permanecer em Luanda até ao dia 11 de Novembro, data da celebração do 50.º aniversário da Independência de Angola.
Europa deve contribuir na redução de gases poluentes
O Presidente da República, João Lourenço, manifestou, ontem, confiança no sucesso da Cimeira do Clima, a decorrer este mês, no Belém do Pará, Brasil, augurando que a Europa contribua para a redução das emissões de gases poluentes e ajude a salvar o planeta.
Ao responder a uma questão colocada por uma jornalista alemã, durante a conferência de imprensa, no Palácio Presidencial, o Chefe de Estado angolano deplorou o facto de um dos principais contribuintes se tenha retirado do acordo de Paris, apesar de assegurar confiança que “o resto do mundo, particularmente a Europa, que acaba de assinar esse importante acordo, contribua”.
“A expectativa é grande, até pelo facto de esta COP estar a ter lugar precisamente no coração da Amazónia. A Amazónia que é considerada, digamos, um dos principais pulmões do nosso Planeta”, disse João Lourenço, lamentando a ausência na Cimeira do Brasil, devido à proximidade da data de celebração do 50.º aniversário da Independência Nacional.
“Não posso estar presente, mas o país estará representado”, afirmou o Chefe de Estado angolano, ressaltando haver compromissos assumidos em cimeiras anteriores, “sobretudo financeiros de suporte aos países que, por um lado, são os que menos poluem, por outro, são as principais vítimas das consequências das alterações climáticas”.
O Presidente João Lourenço esclareceu, a propósito, que se referia aos países do Sul Global, no geral, mas muito em particular àquelas ilhas do Pacífico que, de ano para ano, vêm sentindo o subir dos níveis do mar que ameaçam a existência das suas próprias ilhas.