O pilar social ou humano é o que regista uma menor coesão relativamente ao estado de implementação da integração económica regional no continente, disse, na noite de domingo, em Malabo, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, ao fazer o balanço da 7.ª Reunião de Coordenação Semestral entre a União Africana e as Comunidades Económicas e Mecanismos Regionais.
Segundo o chefe da diplomacia angolana, a Cimeira, orientada pelo Presidente João Lourenço, na qualidade de líder da União Africana (UA), ouviu um relatório sobre as reformas no âmbito da integração regional.
“O Secretariado da UA apresentou o estado da integração económica regional no nosso continente nos diferentes pilares: o político, dominado pela questão da paz, de desenvolvimento de infra-estruturas e o pilar social, que é o humano e que, segundo o balanço, apresenta a menor coesão”, disse Téte António, para quem isso significa que ainda há muito trabalho a fazer neste pilar, embora os outros também apresentem desafios.
A Cimeira tambem analisou o estado de implementação da plataforma que tem a ver com a partilha de conhecimentos em matéria de prevenção e resolução de conflitos, bem como questões geopolíticas, onde se destaca a preocupação do continente em relação às taxas aduaneiras que têm sido aplicadas pelos Estados Unidos da América.
Téte António disse que a conclusão a que chegaram os Chefes de Estado reunidos no domingo, em Malabo, é de que o assunto deve levar os africanos a aproveitar esta oportunidade, trabalhando para a concretização da integração económica regional, tendo em conta que “o continente é um grande mercado”.
Relativamente à questão da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África(NEPAD), o também presidente do Conselho Executivo da UA destacou o facto de os Chefes de Estados africanos terem reafirmado a necessidade de criação de um Fundo para o Desenvolvimento do Continente. Trata-se de um assunto que já tinha sido abordado pelo Presidente João Lourenço, em Maio deste ano, em Luanda, quando reuniu com os responsáveis de instituições financeiras multilaterais africanas.
A Cimeira tomou, ainda, conhecimento das decisões emanadas do Conselho Executivo da UA, sendo que um dos aspectos a destacar, segundo Téte António, foi o preenchimento de duas vagas no Secretariado. Trata-se do cargo de comissário para os Assuntos Económicos e de Comércio, ocupado por uma cidadã da Guiné Equatorial, e de comissário para a Educação, Ciência e Tecnologia, vaga preenchida por um burundês.
Também foram eleitos membros para o Conselho de Luta contra a Corrupção.
A reunião de Julho dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana normalmente é dedicada à coordenação entre a UA e as Comunidades Económicas Regionais (CER). Dedica-se a fazer um balanço do trabalho feito pela UA e as oito CER. O exercício consiste em escutar os presidentes das CER e as lideranças africanas, ocasião em que também tem sido feito o balanço da NEPAD, a agência de implementação dos projectos da União Africana (UA).
Fonte: Jornal de Angola.