A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, encontra-se, desde terça-feira, na Ilha de São Vicente – Mindelo (Cabo Verde), onde vai participar no I Congresso Internacional sobre Ciência, Inovação e Desenvolvimento na Lusofonia, a decorrer hoje até sexta-feira.

Em representação do Chefe de Estado, João Lourenço, a Vice-Presidente vai discursar, na cerimónia de abertura do evento, hoje, momento em que irá realçar a importância da cooperação, troca de experiências e diálogo permanente entre as Instituições de Ensino Superior (IES) da Lusofonia, de modo a encontrarem soluções conjuntas para os desafios comuns.

Juntamente com o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Pereira Neves, e o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, e altos responsáveis de IES da Lusofonia, a Esperança da Costa integra a Comissão de Honra deste Congresso Internacional.

O Congresso, entre conferências e mesas-redondas, vai abordar "Os caminhos para uma investigação científica de qualidade na Lusofonia, promovendo o diálogo entre as universidades, o poder político e as empresas”, bem como a "Ciência, Tecnologia e Inovação nos países lusófonos: desafios e oportunidades no século XXI”.

O evento é destinado a investigadores, académicos, decisores, estudantes universitários e pós-graduados de todos os países lusófonos, que actuam nos seus Estados ou na diáspora. Angola, do total de 150 investigadores ao evento, tem uma participação activa de 46 prelectores das mais diversas áreas da Ciência e Inovação, dos quais dez apresentam as sessões no formato presencial.

Investigadores da Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Angola, Cabo Verde e Portugal participam presencialmente e online, enquanto o Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe fazem-no unicamente no formato online.

À chegada, Esperança Costa foi recebida pela embaixadora de Angola, acreditada em Cabo Verde, Júlia Machado, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, a secretária de Estado para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, e pelo presidente da Câmara de Mindelo, Augusto Neves.

Hoje, além de Esperança da Costa e José Maria Neves, vão intervir, a presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Elisa Silva, os reitores das universidades Lusófonas de Cabo Verde, Carlos Delgado, o de Lisboa, José Bragança de Miranda, bem como o responsável máximo da COFAC, Manuel de Almeida Damásio. A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, informou, à imprensa, que neste evento vão ser apresentadas 65 comunicações, das quais 32 de Angola no formato online e dez presenciais.

As intervenções estão a ser feitas por investigadores angolanos em vários domínios, com destaque para a avaliação de qualidade do Ensino Superior, Transformação Digital, Saúde, Desenvolvimento Global, Energias Renováveis, Promoção de Género e Redução das Desigualdades.

Maria do Rosário Bragança fez referência à existência de um conjunto de intervenções focadas na Ciência e na Inovação para o desenvolvimento, assim como as boas práticas, em que Angola vai intervir por via da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico, de modo a mostrar a sua experiência que tem tido no modelo de financiamento da ciência.

Segundo a ministra, a iniciativa da Universidade Lusófona de Cabo Verde é uma alavanca importante para promover a cooperação no sector: "Toda a comunidade científica angolana, incluindo docentes e investigadores, deve ser encorajada, incentivada e apoiada para participar nesses eventos com trabalhos científicos”.

Potencialidades da investigação científica

Sob a chancela da Universidade Lusófona de Cabo Verde, o Congresso Internacional vai reflectir e analisar o papel da inovação e da investigação científica.

De acordo com a governante, com este evento internacional, pretende-se compreender os principais campos e as potencialidades da investigação científica em Cabo Verde, ao mesmo tempo que se auscultam os investigadores sobre a percepção que têm do papel da inovação e da ciência com vista a uma sociedade contemporânea, globalizada, desenvolvida, humana, sustentável e respeitadora da diversidade biológica e social. A embaixadora de Angola em Cabo Verde, Júlia Machado, considerou importante a realização do evento para os países lusófonos, reiterando os temas propostos pelos participantes para a discussão. Convidou, por isso, os empresários cabo-verdianos a olharem para o mercado angolano e aproveitarem as oportunidades para o investimento.

"Angola está aberta para a entrada de investidores. O volume de trocas comerciais, ainda, não é expressivo. Acreditamos que pode ser alavancado”, reforçou a diplomata, lembrando que em 2022 foi realizada a reunião da 8ª Comissão Mista Bilateral para analisar as formas de aumentar as trocas comerciais, tendo centralizado a questão dos transportes aéreos e marítimos como prioridade.

Neste sentido, continuou Júlia Machado, foram assinados quatro instrumentos jurídicos no domínio dos Transportes Aéreos, três Memorandos e um acordo, sem avançar valores, mas destacou o protocolo sobre os investimentos relacionados com a promoção e protecção recíproca dos investimentos, criando as condições legais para que os investidores e o sector privado se sintam seguros para investir quer em Angola quer em Cabo Verde.

Fonte: Jornal de Angola.