Segundo o economista Jorge Leão Peres, ao Jornal de Economia & Finanças, tal deve-se ao facto de se observar aquilo que se designa por alisamento dos preços, depois do choque observado em meados do ano passado, onde a inflação galgou para uma média mensal acima dos 2,0%, tendência que se manteve até o mês de Junho de 2024.
Leão Peres entende que mesmo se mantendo esta tendência de desaceleração do nível de inflação mensal, no final do ano, a inflação acumulada estará próxima dos 25%, o que nos leva a concluir que o ano de 2024 seja mais um ano de batalha perdida pelo controlo da inflação. Pelos efeitos que a inflação tem na corrosão do poder aquisitivo da moeda, disse é imperioso que a autoridade monetária - o BNA - adopte os mecanismos eficazes para a preservação do valor da moeda nacional.
Quanto ao financiamento à economia e à produção interna, o académico defende que, mais do que os dados estatísticos, importa é o efeito real na economia dos financiamentos ao sector produtivo, "o que me parece não ser ainda tão significativo em termos de valor acrescentado, pelo simples facto de que grande parte das indústrias depende ainda de importações de matérias-primas”.
Investimentos na área alimentar são oportunidades
O economista Job de Sousa entende que os investimentos em cursos no país na área alimentar constituem uma oportunidade clara para o aumento da oferta de bens de amplo consumo, mas admite que o percurso é longo.
Entende que a inflação, nos últimos meses, tem sido em função da pouca quantidade de liquidez disponibizada à economia. O economista e consultor entende que as medidas do banco central estejam a deixar as empresas e até muitos bancos sem capacidade de liquidez para fazerem face às necessidades correntes. Devemos recordar, lembra, que a redução da liquidez vem sendo feita desde Janeiro a custo de termos uma inflação mais baixa, mas a economia no lado real está a ressentir dos impactos negativos.
"O sistema financeiro ainda é um entrave para as empresas sobretudo as PME, tem assistido melhorias. Como é de conhecimento, os Bancos não tem tido liquidez para financiar a economia. Se cenário continuar Angola poderá vir a ter uma crise Bancária em 2026”, vaticinou.
Fonte: Jornal de Angola.