Excelentíssima Laura Matarella, Primeira-Dama da República Italiana,
Sua Excelência António Tajani, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Vice-Primeiro Ministro da República Italiana
Distintas entidades italianas e angolanas,
Minhas Senhoras, meus Senhores,
Excelências,
Permita-me começar por agradecer o convite que me foi dirigido por Vossa Excelência Senhor Presidente da República, para realizar esta visita de Estado à Itália.
Aproveito a ocasião para agradecer também as amáveis palavras que Vossa Excelência acaba de dirigir a mim e à delegação que me acompanha nesta visita que realizo à Itália, em cuja capital - a bela cidade de Roma - temos tido o acolhimento caloroso e fraterno que os italianos reservam aos seus visitantes.
No encontro que mantive esta manhã com Vossa Excelência, tive a oportunidade de recordar assuntos relevantes que abordámos em Luanda por ocasião da visita de Estado que realizou a Angola em Fevereiro de 2019, durante a qual reafirmámos o desejo de aprofundar as relações de amizade e de cooperação entre Angola e a Itália.
Do fundo do meu coração, agradeço a outorga da Ordem de Mérito da República Italiana, que recebo em representação de todo o povo angolano, na verdade o grande merecedor desta distinção, pela sua contribuição à causa da libertação dos povos, da paz e da harmonia entre as nações.
Ao outorgamos a Ordem Agostinho Neto a Vossa Excelência e à Excelentíssima Primeira-Dama a mais alta condecoração atribuída a entidades estrangeiras, fizemo-lo como gesto de reconhecimento pelo apoio que o povo italiano, através de organizações da sociedade civil, prestou à luta de libertação nacional que nos conduziu à Independência Nacional, pelo facto de a Itália ter sido o primeiro país europeu a reconhecer, em Fevereiro de 1976, Angola como um Estado soberano, e ter sabido manter as relações de amizade e cooperação económica com Angola nos difíceis anos do conflito armado até à presente data.
Viemos à Itália com o propósito de aprofundar os laços de amizade e de cooperação já existentes entre os nossos países, reafirmar o desejo de ver cada vez mais investimento privado italiano em Angola e angolano na Itália.
O ambiente de negócios que se vive em Angola é bastante favorável ao investimento privado estrangeiro em todos os domínios da economia que sejam do interesse dos investidores.
Nos encontros que mantive durante o dia de hoje, pude constatar perspectivas animadoras para o futuro próximo das nossas relações.
Reforço, por isso, a esperança de que esta minha visita à Itália represente um marco importante na construção de uma parceria forte com benefícios recíprocos.
Foram assinados, no início desta tarde, um conjunto de instrumentos jurídicos que reforçam a cooperação bilateral entre a República de Angola e a República Italiana.
É evidente que só pode haver desenvolvimento económico e social dos países num ambiente de paz e segurança.
Por esta razão, aproveitamos esta oportunidade para manifestar a nossa grande apreensão com o rumo dos conflitos no mundo, que urge resolver, por ameaçarem as vidas dos povos e das economias de países e regiões do nosso planeta.
Em África, lutamos contra a instabilidade criada pelo terrorismo e os golpes de Estado nos países da região do Sahel, com a situação no leste da RDC e, mais recentemente, com o eclodir da guerra civil no Sudão, que em pouco tempo já causou centenas de mortos, milhares de feridos, milhares de deslocados internos e de refugiados acolhidos nos países vizinhos.
O conflito israelo-palestiniano não tem contribuído para os esforços da comunidade internacional de fazer do Médio Oriente uma zona de paz e segurança.
As resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a necessidade da criação do Estado da Palestina que conviva lado a lado e pacificamente com o Estado de Israel devem ser implementadas sob pena de se eternizar um conflito que tem trazido, ao longo dos anos, muita dor e sofrimento a ambos os povos, o palestino e o israelita.
A situação na península coreana continua a merecer a nossa maior atenção, pela ameaça nuclear que representa.
A invasão da Ucrânia, a ocupação e anexação de parte de seu território pela Rússia, representam a maior ameaça à paz e à segurança da Europa após o fim da Segunda Guerra Mundial e, como tal, deve ser condenada e desencorajada.
A soberania e a integridade territorial da Ucrânia são inalienáveis e devem ser respeitadas.
É urgente alcançar-se um cessar-fogo imediato e dar-se início a conversações que tragam uma paz duradoura e a garantia de que esta tragédia jamais voltará a acontecer em solo europeu.
Permitam-me, Excelências, que vos convide a erguermos as nossas taças para brindarmos em prol do reforço da amizade e da cooperação entre a Itália e Angola e à saúde de todos os presentes.
Muito obrigado!