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Política
29 Novembro de 2024 | 10h11

Angola/EUA: 31 anos de relações diplomáticas

A elevação dos patamares da cooperação bilateral entre Angola e os Estados Unidos desponta como o maior troféu esperado para a diplomacia angolana, com a inédita visita oficial, este mês, do Presidente Joe Biden ao país.

Três décadas após o estabelecimento das relações diplomáticas, os dois Estados preparam-se para materializar, de 02 a 04 de Dezembro, a primeira visita de um Presidente norte-americano ao território angolano, desde a Independência, em 1975.

Trata-se, igualmente, da primeira viagem ao continente africano de um Chefe de Estado da maior potência mundial, nos últimos 10 anos, depois de Barack Obama, em 2013.

No quadro da deslocação, os dois países vão, certamente, aproveitar a oportunidade para reforçar as relações político-diplomáticas e comerciais, 31 anos após o reconhecimento das autoridades angolanas pelos Estados Unidos.

Os 31 anos de relações diplomáticas estão marcados por uma parceria em franca progressão, que começou a consolidar-se em 2017, particularmente em áreas fulcrais como as energias renováveis e as telecomunicações. 

Fruto da forte aposta de Angola na diplomacia económica, os Estados Unidos passaram a envolver-se, cada vez mais, em investimentos substanciais virados para o seu crescimento e desenvolvimento.

Os sinais destes avanços significativos em projectos de investimento massivo chegam de exemplos como os Acordos Artemis, assinados em Novembro de 2023, para a promoção de uma visão comum da exploração espacial para o benefício de toda a humanidade.

Com esta iniciativa, o Departamento do Tesouro dos EUA quer apoiar Angola na luta pela redução de vulnerabilidades da sua dívida, através de assistência técnica, numa acção que já permitiu ao Governo angolano reprogramar o seu passivo interno e reduzir os custos dos juros moratórios

Em Maio deste ano, os dois países assinaram, no quadro da Cimeira Empresarial EUA-África, os acordos finais para financiar três grandes projectos da Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGI) com destaque para o emblemático Corredor do Lobito.

Totalizando mais de 1,3 mil milhões de dólares, os financiamentos acordados abarcam a geração de energia limpa, a conectividade de rádio e infra-estruturas de transporte, como demonstração do compromisso contínuo do

Governo dos EUA de apoiar e acelerar as prioridades de investimento económico de Angola.

Os projectos de infra-estruturas representam o maior pacote de financiamento da PGI apoiado pelos EUA para qualquer país desde o lançamento da iniciativa e prevê criar empregos angolanos e americanos.

Um dos pontos fortes da iniciativa do Presidente norte-americano é o desenvolvimento das infra-estruturas em todo o Corredor do Lobito, importante via que liga ao Oceano Atlântico países encravados como a RDC e a Zâmbia.

O Corredor do Lobito oferece potencial para a criação de infra-estruturas que irão integrar melhor a RDC, a Zâmbia e Angola nos mercados regionais e globais, desenvolver cadeias de abastecimento de energia verde e o investimento na agricultura, nas telecomunicações e noutros sectores em regiões subdesenvolvidas.

O Governo norte-americano continua a apoiar o compromisso de Angola com as reformas democráticas, inclusive a ampliação do papel da sociedade civil e das organizações religiosas nas eleições democráticas e na tomada de decisões locais.

Para o efeito, a Embaixada dos EUA em Angola lançou um programa para promover o Estado de Direito, através do reforço da independência judicial, da consciencialização dos cidadãos para os seus direitos legais e da capacitação dos tribunais.

A representação diplomática apoia, igualmente, várias subvenções para reforçar a liberdade de imprensa.

A programação aumentará a transparência das finanças públicas e reforçará a capacidade das instituições de supervisão em apoio aos compromissos de Angola como um novo país implementador da Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas (ITIE).

Desde 2019, o Departamento do Tesouro presta assistência técnica para reforçar a capacidade das instituições angolanas, a fim de se identificar, detectar e processar o branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e outros crimes em apoio às reformas económicas de Angola.

Fonte: Angop.



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