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Política
19 Novembro de 2024 | 08h11

Barragem de Baynes vai promover dinamização da industrialização do país

A barragem de Baynes, cuja conclusão está prevista para 2026, vai promover a dinamização da economia, industrialização, sustentabilidade ambiental e a universalização do acesso à electricidade no país, considerou, segunda-feira, em Windhoek, o ministro da Energia e Águas.

João Baptista Borges, que discursava ano acto de assinatura do acordo entre Angola e a Namíbia, para a construção e operacionalização da infra-estrutura, acrescentou que os benefícios da sua concretização se alinham aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e à Agenda Africana 2063.

O projecto, avaliado em 1.512 milhões de dólares, é um marco na cooperação e no desenvolvimento energético da região. O acordo foi formalizado pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, e pelo ministro de Minas e Energia da Namíbia, Tom Alweendo.

A barragem terá capacidade de gerar 860 megawatts na central principal e 21 megawatts adicionais na barragem de regulação, fortalecendo a integração económica e energética entre os dois países.

Durante a cerimónia, João Baptista Borges destacou a relevância estratégica do projecto para a integração económica regional, especialmente no sector eléctrico. "Este é um momento ímpar e solene, que concretiza uma visão comum entre os dois Chefes de Estado e povos, comprometidos com o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

O governante ressaltou que o acordo é o resultado de uma colaboração iniciada em 1990, com a assinatura do Acordo do Lubango. Desde então, estudos de viabilidade técnica, económica e ambiental foram conduzidos, culminando na escolha do local para a barragem, próximo à região de Epupa.

O ministro também mencionou os desafios jurídicos do projecto, incluindo a conclusão de protocolos complementares, como governação, uso compartilhado da água, questões fiscais, ambientais e laborais. Também será necessária a criação do Gabinete Binacional do Baixo Cunene e a implementação de acções de reassentamento para as comunidades afectadas.

A barragem de Baynes vai trazer oportunidades significativas para Angola e Namíbia. Empresas públicas, como a angolana PRODEL e a nambiana NAMPOWER, estarão directamente envolvidas na operação do projecto, que promete estimular o empreendedorismo e  gerar empregos directos e indirectos.

Além disso, o projecto contribuirá para a electrificação de áreas rurais, o empoderamento de mulheres e a melhoria das condições de vida em comunidades fronteiriças.

 

Plano de Desenvolvimento Nacional

A construção da barragem está alinhada ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 de Angola, que prioriza a expansão da capacidade energética e a integração regional. Angola planeia atingir 9 GW de capacidade instalada até 2027, impulsionada também pela conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, actualmente em construção.

Para o ministro namibiano Tom Alweendo, o acordo representa um marco histórico. O responsável namibiano relembrou que os estudos para o projecto começaram na década de 1990, culminando na escolha de Baynes como a opção mais viável, devido ao menor impacto ambiental e social.

"A assinatura deste acordo reflecte os compromissos bilaterais de longa data e a determinação de ver este projecto concluído com sucesso”, afirmou Alweendo.

O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo a embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, o Vice-Primeiro-Ministro namibiano, John Mutorwa, e o ministro das Finanças da Namíbia, Ipumbu Shimi.

Com a barragem de Baynes, Angola e Namíbia consolidam a cooperação energética, abrindo caminho para maior integração regional e desenvolvimento sustentável na África Austral.

 

Fonte: Jornal de Angola.



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