A sessão ministerial dos responsáveis pela Agricultura, Desenvolvimento Rural, Água e Meio Ambiente e o encontro de jovens e mulheres sobre os desafios do sector no continente dominaram o primeiro dia da Cimeira Extraordinária da União Africana (UA) sobre o Programa Abrangente para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP), no Uganda.
No arranque dos trabalhos, que decorrem até ao próximo dia 11, o país esteve representado pelo ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, que defendeu a reforma do sector no continente, com vista à industrialização dos produtos localmente, para evitar a exportação de matéria-prima.
O encontro foi desenvolvido à porta fechada, tendo sido centrado na apresentação da Estratégia e Plano de Acção do CAADP para os próximos 10 anos.
Na sua intervenção, a comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, a diplomata angolana Josefa Sacko, sublinhou que a cúpula tomará decisões marcantes que moldarão a transformação dos sistemas agro-alimentares do continente na próxima década.
Paralelamente, a reunião da juventude, realizada sob o tema "construindo resiliência dos sistemas agro-alimentares por meio da comercialização”, propiciou aos participantes um ambiente para apresentarem soluções para a insegurança alimentar e a criação de oportunidades para grupos marginalizados.
Foram igualmente aflorados aspectos ligados à importância dos jovens e mulheres na agricultura.
A angolana Joana Lina, participante do encontro, destacou a realização do mesmo, sobretudo pelo surgimento da nova estratégia e plano de acção (2026 - 2035), ligada, entre outros, ao papel e o desenvolvimento da juventude em África.
Disse não ser aceitável que se continue a importar alimentos, pois o continente tem potencial como água, terras férteis e aráveis, pelo que, deve desenvolver a agricultura, por si considerada "a base de tudo".
A cimeira extraordinária tem como objectivos mobilizar mais investimentos para a agricultura e renovar o compromisso dos países africanos de alocar pelo menos 10% dos seus orçamentos nacionais ao sector.
O programa reserva, para sexta-feira (2º dia de trabalho), uma sessão conjunta entre os titulares da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Água e Meio Ambiente e os ministros das Relações Exteriores.
O evento encerra, sábado, com a conferência de chefes de Estado e de Governos, que vai adoptar a Declaração de Kampala sobre a criação de sistemas agro-alimentares resilientes e sustentáveis em África.
São esperados na capital ugandesa chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da UA, entre os quais o Presidente da República, João Lourenço, ministros dos Negócios Estrangeiros e especialistas do ramo, bem como representantes de organizações regionais, da juventude, das mulheres, da sociedade civil, académicos e parceiros de desenvolvimento.
O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, está desde o final da tarde desta quinta-feira em Kampala para participar na cimeira.
Fonte:Angop.